Por Fredy Evangelista, co-fundador da AutoBanking.
Com o crescimento exponencial da demanda por veículos elétricos, impulsionada por preocupações ambientais, regulamentações governamentais e avanços tecnológicos, o setor automotivo está testemunhando uma revolução na mobilidade. Contudo, um dos maiores desafios para a popularização dos carros elétricos continua sendo o seu custo elevado, chegando no valor de R$100 mil. E com isso, as soluções de financiamento precisam evoluir, oferecendo alternativas flexíveis e atrativas que facilitem a transição dos consumidores para essa nova realidade.
Para se ter uma ideia do salto de crescimento, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) compilados pela empresa NeoCharge, no Brasil, em 2015 eram apenas três mil carros elétricos. Atualmente, o país conta com pouco mais de 157 mil unidades em circulação, sendo 35 mil são híbridos plug-in, os quais podem ser carregados na tomada, 106 mil são híbridos convencionais e apenas 10 mil completamente elétricos.
Apesar de ser compensado pelos menores custos operacionais e de manutenção no longo prazo, ainda representa uma barreira significativa para muitos consumidores, tornando o desenvolvimento de soluções de financiamento específicas para veículos elétricos essencial para democratizar o acesso a eles.
As tradicionais modalidades de crédito, como o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou o leasing, precisam ser adaptadas, oferecendo melhores condições de pagamento que considerem o potencial de economia no uso e manutenção do veículo ao longo do tempo. Bancos, fintechs e até montadoras já estão se mobilizando para criar opções de financiamento que permitam prazos mais longos, juros mais baixos e até mesmo modelos de assinatura para facilitar o acesso a carros elétricos.
Uma tendência que vem se desenvolvendo no mercado de financiamento para esses veículos é a criação de linhas de crédito verdes, onde instituições financeiras oferecem condições mais vantajosas para consumidores que optam por veículos sustentáveis. Taxas de juros reduzidas e prazos alongados são algumas das características desses financiamentos, muitas vezes apoiados por políticas governamentais que incentivam a adoção de tecnologias limpas.
Além disso, diversos governos ao redor do mundo estão implementando incentivos fiscais, como a isenção de impostos ou descontos sobre o valor final do veículo elétrico. O Brasil, por exemplo, já conta com algumas iniciativas nesse sentido, e a expectativa é que essas políticas sejam ampliadas à medida que a mobilidade elétrica se torne mais presente nas ruas. Financiamentos que aproveitam essas vantagens governamentais tendem a ser mais atrativos e acessíveis ao consumidor.
Ou seja, oferecer opções flexíveis, personalizadas e sustentáveis será fundamental para que a adoção desses veículos seja massificada. Financiamentos verdes, modelos de assinatura e leasing, além de pacotes que considerem a infraestrutura de recarga, são estratégias para facilitar o acesso a essa nova tecnologia e para que a transição para a mobilidade elétrica ocorra de forma inclusiva e sustentável.