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Super CFOs: implementação de novas tecnologias e combate à fraude entram na conta

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Foto: divulgação.

Entre fazer a gestão de caixa e orquestrar a contabilidade, planejar a captação de recursos e manter o bom relacionamento com investidores, nós, CFOs, não podemos reclamar de tédio. Quem observa de fora pode até achar que não sobra tempo para mais nada, mas, para ser honesta, essa é a parte mais simples do trabalho. O chefe financeiro contemporâneo tem ganhado uma série de novas incumbências — algo que vejo com bons olhos. E a lista não para de crescer.

Os CFOs têm ganhado influência como planejadores estratégicos das companhias, nos últimos anos, e assumido a frente ainda na transformação digital e na implementação de novas tecnologias. Uma das razões para isso, como percebo na minha rotina, é a tendência de gestão integrada nos negócios, que traz mais visibilidade e transparência para a operação e pode ser uma grande aliada no controle de riscos. Uma pesquisa recente do Insper com a consultoria Assetz, por exemplo, identificou que a área de TI é a segunda prioridade desse tipo de C-Level, atrás apenas da contabilidade.

Estamos testemunhando a confirmação de uma tendência que vem há algum tempo sendo sinalizada. Entre as principais consultorias de negócios do mundo, a mudança do papel do líder financeiro vinha sendo dada como certa — e significante — depois das últimas grandes crises econômicas. Não só porque este profissional é quem muitas vezes detemina a viabilidade dos projetos e até a sobrevivência da companhia durante períodos de baixa liquidez (e foram muitos nos últimos anos), mas porque sua função está diretamente conectada com a inovação e a segurança dos dados de uma empresa.

No levantamento mais recente da Deloitte sobre o sentimento dos CFOs, publicado a cada trimestre, essa preocupação fica evidente. Entre as três prioridades internas elencadas pelos CFOs, estão a adoção de inteligência artificial generativa nos negócios e a transformação tecnológica como um todo, apontadas por 48% e 45% dos participantes respectivamente. Quanto a fatores externos, a cybersegurança aparece no top 3, mencionada por 50% dos chefes financeiros, atrás apenas da economia em si e tecnicamente empatada com questões geopolíticas.

Se à primeira vista não faz muito sentido para todos, a lógica fica na ponta do lápis. A implementação de tecnologia no negócio resolve os dois lados do balanço: ao mesmo tempo em que reduz as perdas, amplia a receita. Em termos de custo, uma grande ameaça à saúde financeira das companhias tem sido os constantes cyberataques, golpes e fraudes — e não só no digital. Ao longo dos últimos anos testemunhamos companhias de todos os portes perdendo dinheiro aos bilhões por conta disso.

E se a transformação digital e tecnológica na busca por um melhor controle mitiga riscos dessa natureza, também é capaz de gerar novas receitas, ampliar as margens. Eu vejo na prática como uma operação gerida de forma holística cria sinergias imediatas em todos os setores, de forma transversal. A automação de processos financeiros gera ganhos significativos de eficiência, permite às empresas otimizar seus processos e reduzir custo com base em dados próprios e confiáveis.

Como CFO da Conta Simples, meu trabalho nesse sentido tem sido mais de aprimoramento do que de revolução. Afinal, já nascemos digitais, data-driven, inquietos e inconformados com as perdas de quem insiste em trabalhar desconectado (literal e figurativamente, nesse caso). Mas é um trabalho incessante, mesmo numa fintech, é inconstante e eu diria, inesgotável. Isso me motiva.

Estamos vivendo ainda o que são os primeiros capítulos da história da inteligência artificial generativa e do big data. Para efeitos comparativos, estamos situados historicamente no que foram os anos 1990 para a internet: era simplesmente impossível prever o avanço tecnológico exponencial que veio em seguida. Ao longo dos meus mais de 15 anos de carreira em grandes grupos globais e, mais recentemente, no ecossistema de inovação, pude acompanhar um pouco desse processo — e mal posso esperar pelo que está por vir.

Assim como muita gente hesitou em adotar uma tela ao invés do fichário, ainda hoje há quem prefira adiar a chegada do futuro. É uma questão de adaptação — e respeito muito quem gosta do que é tradicional. Mas a tecnologia avança, com ou sem nossa permissão. Essa pode ser uma jornada emocionante, cheia de possibilidades, ou uma corrida de última hora. No meu time, procuro manter os que acreditam na primeira hipótese.

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CFO da Conta Simples.

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