Por Matheus Pagani, CEO e cofundador da Ploomes.
Diante de um mercado em constante transformação e crescente competitividade, as empresas enfrentam desafios significativos para se destacarem. Hoje, somente as estratégias tradicionais de negócios já não são suficientes.
Não à toa, a consultoria Gartner prevê que, até 2025, 85% das organizações de vendas investirão em treinamentos imersivos e adaptativos em todo o mundo. No Brasil, o cenário também é promissor: segundo o Sebrae, o mercado de treinamento em vendas deve crescer 10,2% em 2024.
Junto a fatores como qualidade e oferta dos produtos em si, é preciso dar outros passos para frente, tendo ao seu lado um vendedor qualificado e com acesso às ferramentas certas para atender tanto as metas da marca em si, quanto às demandas dos clientes modernos, reconhecidamente mais críticos e criteriosos.
Isso porque, embora seja importante contar com profissionais experientes, é impossível montar um time apenas com especialistas sem extrapolar o orçamento da área.
Dentro deste cenário, o papel da tecnologia é muito maior que simplesmente automatizar processos, se tornando uma aliada poderosa na qualificação da atuação dos vendedores.
Ferramentas como o CRM, por exemplo, permitem um mapeamento completo do processo comercial, oferecendo dados que não só registram o histórico de negociações, mas também geram insights estratégicos para aprimorar a performance de cada profissional.
Com os dados em mãos, os vendedores podem atuar de maneira mais precisa, entendendo o comportamento do cliente e personalizando suas abordagens, o que se traduz em melhores resultados.
No próprio dia a dia, o uso dessas ferramentas continua a ser um diferencial. A automação de tarefas operacionais permite que os vendedores se concentrem em atividades mais estratégicas, como o relacionamento com os clientes.
Ao oferecer uma plataforma integrada de gestão, o CRM contribui diretamente para que os vendedores assumam uma postura mais consultiva, atuando como especialistas que ajudam o cliente a tomar decisões de forma autônoma. Essa abordagem reflete a transformação do papel do vendedor, que deixa de apenas “empurrar” produtos e passa a agregar valor ao processo de compra.
As inovações tecnológicas oferecem recursos que tornam o treinamento mais dinâmico e assertivo para estes profissionais. O próprio CRM, novamente, possibilita, por exemplo, a criação de simulações e role-playing baseados em situações reais, proporcionando uma experiência prática e direta aos vendedores.
Essa metodologia permite que os atuantes assimilem o conteúdo teórico e experimentem cenários do cotidiano de vendas, aperfeiçoando suas habilidades de maneira personalizada. Tal treinamento, aliado ao acompanhamento de desempenho e Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), garante que o aprendizado seja mais eficaz e adaptado às necessidades específicas de cada vendedor.
Além disso, o CRM permite a melhor comparação de desempenho entre profissionais de vendas. Empresas que não possuem visibilidade do que os vendedores fazem não conseguem sequer entender porque um profissional tem performance melhor do que de seus pares. Ao trazer todo o processo para uma ferramenta, é possível entender o que exatamente está funcionando melhor e replicar esse conhecimento para o restante do time.
Por conta de todos estes fatores, se torna fundamental que as empresas ajudem seus vendedores a se adaptarem às novas tecnologias. Muitos profissionais ainda encontram dificuldades ao utilizar ferramentas modernas, seja por falta de familiaridade ou por resistência a mudanças.
Assim, treinamentos focados no uso dessas soluções são cruciais para garantir que as equipes estejam preparadas para explorar todo o potencial dos recursos tecnológicos disponíveis, maximizando seus resultados no ambiente de vendas.
Além da capacitação e o uso de tecnologia, as habilidades dos vendedores precisam ser adaptadas ao novo ritmo do consumo. Uma competência consultiva, por exemplo, é ponto de destaque. O consumidor atual vê o vendedor como um obstáculo para ter acesso a produtos e serviços.
Com a evolução do comportamento do público, os vendedores precisam se posicionar como autoridades no seu mercado, oferecendo informações claras e objetivas para que o cliente tome decisões de forma independente. A tradicional “venda empurrada” se tornou obsoleta e a tecnologia, quando bem utilizada, facilita essa transição para um modelo mais colaborativo e focado na experiência do cliente.
Portanto, a qualificação contínua dos colaboradores é uma estratégia que vai além dos benefícios a curto prazo, simbolizando uma visão de futuro. Empresas que investem no desenvolvimento de suas equipes de vendas e promovem um aprendizado contínuo asseguram um diferencial competitivo no mercado.
Mais do que nunca, a capacitação é a chave para o crescimento sustentável e para a construção de um time preparado para os desafios de um mercado mais criterioso e em evolução. Afinal, em um mundo onde a mudança é a única constante, quem não se atualiza, fica para trás.