Por Eduardo Carvalho, CEO e co-fundador da Dynasty Global AG.
O futuro é a tokenização – e desta vez, não fui eu quem disse. A afirmação é do Diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso.
Além dessa afirmação, ele enfatizou algo que venho dizendo há algum tempo: quando não abrimos as portas para a inovação, ela encontrará seu caminho de qualquer maneira.
Enxergando que não há como parar esse movimento, ao invés de resistir ao processo de inovação, é melhor abraçá-lo e trazê-lo para dentro da estrutura regulatória. É por isso que o Banco Central agora está se concentrando em inovações como tokenização e preparando o terreno para a digitalização da economia – algo que já é inevitável no mundo de hoje.
De acordo com o diretor, essas inovações serão interligadas ao DREX, moeda digital brasileira que servirá como um grande impulsionador do ecossistema financeiro do país, que já começou a ser testado em agosto.
Sem dúvida, a tokenização será a semente para o surgimento de uma série de novos produtos financeiros no Brasil e no mundo. Um exemplo disso é o movimento de alguns bancos que já estão se preparando para fazer a custódia de ativos digitais.
Por meio do DREX é possível fazer a digitalização de um imóvel para que ele seja transferido de forma fracionada para instituições financeiras usarem como colateral/garantia para oferecer empréstimos aos seus clientes. Isso significa que um proprietário que tenha feito a tokenização da sua casa poderá pegar 20% do imóvel e oferecer o token referente a essa fração da propriedade para o banco, por exemplo, como garantia de um empréstimo.
Além de impulsionar a economia interna, a adesão do DREX e da tokenização por parte dos bancos agiliza todas as operações de crédito relacionadas à garantia imobiliária e, sem dúvida, tende a facilitar a entrada de investimentos internacionais. Estou muito entusiasmado com esse avanço de entendimento do BC.