Por Marcos Vinicius Melo, CEO da Sigma Infinity.
A black friday, tradicionalmente associada a grandes promoções e um aumento significativo no consumo, também impacta o mercado de criptomoedas. Embora não haja uma relação direta e previsível como em outros setores, alguns fatores podem influenciar a dinâmica do mercado cripto durante esse período.
Com o crescimento do uso de criptomoedas como forma de pagamento, algumas empresas podem oferecer descontos ou promoções específicas para pagamentos realizados com criptoativos durante a black friday, incentivando a demanda.
A tendência é que aconteça um aumento da adoção de criptomoedas cada vez mais cedo a cada ano, sendo que em 2024 a data já foi batizada de Black November.
A volatilidade do mercado de criptomoedas pode atrair investidores que veem a ocasião como uma oportunidade de adquirir criptomoedas a preços mais baixos, esperando uma valorização futura e levando a oscilações nos valores das moedas digitais. As exchanges de criptomoedas podem oferecer descontos em taxas de negociação ou promoções especiais para novos usuários durante a black friday.
Notícias sobre a adoção de criptomoedas por grandes empresas ou governos, assim como regulamentações mais favoráveis ou desfavoráveis, podem influenciar o sentimento do mercado e gerar movimentos de alta ou baixa nos preços. O impacto da black friday no mercado de cripto pode variar significativamente de um ano para outro e depende de diversos fatores, como o cenário econômico global, as tendências do mercado e as ações dos principais players.
A Chainalysis divulgou no mês de outubro um novo capítulo do “2024 Geography of Cryptocurrency Report” em que a empresa, especializada em análise de dados em blockchain, revela que a América Latina é a segunda região com crescimento mais rápido em cripto em 2024, atrás apenas da África Subsaariana.
Argentina e Brasil lideram o ranking, no qual o país vizinho fica em primeiro lugar com US$ 91,1 bilhões, pouca diferença para o Brasil, que vem atrás com US$ 90,3 bilhões.
No total, a América Latina movimentou US$ 415 bilhões em criptomoedas em um ano, alta de aproximadamente 42,3% desde o último ano, de acordo com o relatório da Chainalysis.
De olho na segurança
Embora toda a transação com criptomoedas seja feita por intermédio das exchanges de criptoativos, que distribuem a segurança e a verificação das negociações para quem deseja ingressar na rede, é importante aumentar a atenção neste período devido ao sensível aumento do volume de ataques durante a black friday.
Além dos ciberataques convencionais, como phishing e malwares, também aumenta o risco de fraudes relacionadas a falsas ofertas e lojas online fraudulentas. Os consumidores, muitas vezes, são alvos de campanhas enganosas que prometem descontos tentadores, levando-os a fornecer informações sensíveis, como detalhes de cartão de crédito em páginas falsas.
Para se proteger, é essencial verificar e desconfiar de e-mails e mensagens desconhecidas. É preciso verificar cuidadosamente os remetentes e websites e, principalmente, evitar clicar em links não habituais. É importante armazenar as chaves privadas em locais seguros, como hardware wallets ou em dispositivos offline.
É recomendável que se faça a autenticação de dois fatores: ela coloca uma camada extra de segurança, exigindo que os usuários forneçam um código adicional além da senha para acessar suas contas.
Algumas criptomoedas estão explorando mecanismos de consenso mais robustos, que funcionam atribuindo autoridade a validadores confiáveis. Esses validadores, selecionados com base em critérios como identidade e reputação, são responsáveis por criar blocos e validar transações que podem tornar mais difícil para um único atacante controlar a rede.
Cabe aos usuários estarem constantemente atualizados sobre os riscos cibernéticos a fim de adotar medidas de proteção adequadas para preservar seus ativos digitais. Seguindo as recomendações de segurança da exchange e do seu consultor financeiro, fica mais fácil garantir a tranquilidade dos investidores, principalmente em períodos de alto consumo.