Quem aí já teve medo de lidar com algo que te congela e parece mais forte que você, a ponta de achar que nunca conseguiria resolver? Este mês comecei uma nova fase na minha vida e carreira.
Foram alguns anos, exatamente 7, muitos conflitos internos, a incoerência inclusive era grande, para um cara comunicativo e expansivo como eu, conhecido por fazer relacionamento como quem bebe água.
Mas com muita vontade e determinação, eu consegui deixar o medo para trás e comecei a falar da minha história por trás do empreendedorismo, o que me trouxe até aqui, em uma série de stories no Instagram @rodcurcio.
Desde moleque, sempre fui um conector nato entre pessoas. Sempre tive a capacidade de perceber sinergias e conectá-las, sem qualquer tipo de interesse. Apresentava, esperava para ver se dava certo, e ali, entendia que havia feito a minha parte, virava as costas e ia embora.
A satisfação que eu tinha naquele momento, era gigante, não cabia dentro de mim. Incrível né? Havia feito duas pessoas, amigos, estranhos até aquele momento, que se tornavam conhecidos e dali, estabeleciam uma conexão, que gerava, no mínimo, uma sinergia momentânea ou se tornaria uma amizade.
A família, sem dúvida nenhuma, fez total diferença, pois somos verdadeiros diplomatas. Meu avô, falecido, foi general do exército brasileiro, adido militar em Washington, na época, o maior representante do exército fora do país.
Em meio a muitos eventos sociais, e isso continuou durante toda a minha infância, aprendemos desde muito cedo a nos relacionar, em meio a várias regras de etiqueta (confesso que sempre achei meio chato!), culturas diferentes, hábitos, conversas em português/inglês, ao mesmo tempo, nos preparando para o que vinha pela frente.
Fui trabalhar com RH anos depois, na Orange, gigante multinacional francesa, ainda hoje, uma das maiores empresas do mundo. Me apaixonei e durante 10 anos, foi a minha segunda casa. Impulsionado pela minha curiosidade, abracei todas as oportunidades que me foram oferecidas e as que não foram também. Fui embaixador da marca da empresa na América Latina, durante alguns anos, sendo o comunicador oficial da marca com os colaboradores.
E a comunicação, como podem ver, sempre esteve presente na minha vida e sinceramente, eu tirava de letra. Me aventurava inclusive a entender e comunicar curiosidades da empresa (e eram muuuitas!), pouco conhecida pela grande maioria, buscando me desafiar, afinal quando comunicamos o essencial, a chance de sair certo é maior do que quando comunicamos o desconhecido.
O intuito era sempre aproximar a marca das pessoas, trazendo satisfação e conexão da empresa, que eu era apaixonado por trabalhar e grande admirador, com as pessoas, que lá também trabalhavam e mereciam saber onde estavam. Afinal, estamos falando de uma empresa presente em 223 países, enquanto a ONU está em 183.
Atuar como RH, para mim, era como ser regente de uma orquestra. Uso sempre a analogia do martelinho do médico. O ser humano é estímulo e motivação. A motivação é nossa e cada um tem a sua, mas também pode ser influenciada pelo ambiente externo.
Enquanto o estímulo, é o que podemos efetivamente fazer pelo outro, para mudar o ponteiro do relógio, entendendo o que é importante para o outro e entrando no momento e dose certa, para gerar resultados/benefícios.
Quando comecei a empreender anos depois, coloquei o estímulo certo na minha vida, ninguém me segurava e acho que falava da HumanAZ :: Conectando Propósitos, minha startup, até para as paredes. Os amigos então não me aguentavam mais. Achavam que era doença kkk.
Mas o empreendedorismo, é desafiador, da porrada, forte, te espreme e desafia, indo além do nosso limite, por vezes, ou pelo menos, o que conhecíamos como limite. E é ai que entra o autoconhecimento.
Aprendi na minha jornada na Orange, com meu líder, um grande amigo até hoje e quem me apresentou o conceito de competências, na prática, que aprendizado e autoconhecimento, são duas ferramentas que estão presentes na nossa vida, em abundância e quando quiseremos. Agora, precisa querer!
Podemos aprofundar o conhecimento em livros e potencializá-lo através da terapia, mas ele é nosso, como um botão, precisamos querer ativá-lo. Do contrário, ninguém poderá te ajudar. Nem pagando, acredite.
Eu sempre tive uma motivação por aprender e querer ser melhor todos os dias, infindável. Acordo todos os dias e defino o que vou fazer de diferente, pois considero oportunidade de aprendizado e autoconhecimento. Posso não fazer nada de diferente naquele dia (e tá tudo bem!), mas seguirei perseguindo aqueles mesmos pontos até alcançá-los.
E depois, virão outros! Só não dá para parar, porque somos aprendizado e autoconhecimento.
Pois bem, em algum momento do empreendedorismo, acho que quando as meninas nasceram, a jornada ficou ainda mais desafiadora e ali comecei a duvidar da minha capacidade de fazer acontecer. E de novo, tá tudo bem, acontece com mais gente do que imaginam, a gente só não fala e não pede ajuda. Também passei por isso, o que é um erro!
Fiquei mais introvertido, embora meu negócio sempre dependeu da minha energia e capacidade de me comunicar para vender o propósito que eu tenho de repensar o recrutamento e seleção na área de tecnologia, através de humanização, dados e variáveis, entregando uma conexão assertiva e ágil, entre pessoas e empresas. Satisfação, produtividade e ROI.
Alguns anos se passaram e tenho certeza que os mais próximos sempre notaram, que a potência estava ali, mas alguma coisa travava deixar ela sair de mim.
Realizei um sonho este ano e vim morar em São Paulo. Trade-off porque estou longe das meninas, mas tenho certeza que os resultados que conquistei este ano já são de orgulho das minhas filhas. Aprendi e amadureci muito por aqui, pois aqui quem não se comunica, se trumbica.
Venho me preparando há bastante tempo para este momento de Urah, como me disse Gustavo Caetano, há muitos anos atrás, em uma palestra no CONARH.
Venci o medo, os conflitos, deixei o desconforto para trás porque mais do que o Rodrigo, a vontade de transformar a relação entre empresas e profissionais, onde posso mexer o ponteiro, é maior do que eu. O mercado tech é o que mais cresce no mundo, pois atende literalmente todo o time de negócio que existe e nascerá em alguns anos.
Ter as pessoas satisfeitas e produtivas, trabalhando todos os dias, por aquilo que acreditam e onde enxergam entrega do seu valor, tomando decisões coerentes e inteligentes nas suas vidas e carreiras, permite que negócios e pessoas cresçam e se desenvolvam.
Pode parecer meio blazer ou cor de rosa, mas é ciência. Eu acredito na ciência que constrói potência e negócios, que faz as coisas sairem do lugar, que gera benefícios e resultados tangíveis, que faz as pessoas querem mais e melhor.
Assim, a gente muda o Brasil!