Por Amure Pinho, investidor-anjo em mais de 50 startups e fundador do Investidores.vc
O Brasil vem passando por uma série de reformas econômicas e políticas que têm impactado diretamente os investimentos no país, tanto internos quanto estrangeiros. Dentre as reformas mais significativas, destacam-se a da Previdência e os avanços nos marcos regulatórios, especialmente nas áreas de infraestrutura e saneamento.
A reforma da Previdência, aprovada em 2019, teve um papel crucial na melhoria das expectativas fiscais do país, visando reduzir o déficit público, controlando os gastos com aposentadorias, um dos maiores desafios fiscais do país. Com isso, houve um avanço importante para a sustentabilidade fiscal de longo prazo, o que gerou maior confiança nos investidores, principalmente em um cenário de elevados níveis de endividamento público. O Banco Mundial, por exemplo, destaca que estamos seguindo uma trajetória mais estável no controle da inflação, o que contribui para um ambiente econômico mais previsível e favorável aos negócios.
Podemos observar também, que os marcos regulatórios em setores chave, como infraestrutura e saneamento, têm atraído capital privado, especialmente por meio de parcerias público-privadas (PPPs). O governo tem se empenhado em criar um ambiente mais favorável para esses investimentos, com a implementação de novos regulamentos e a concessão de contratos mais transparentes e competitivos. No setor de infraestrutura, o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a Nova Indústria Brasil são iniciativas que visam ampliar os investimentos em áreas como transportes, energia e telecomunicações, áreas em que possuímos grande demanda por modernização.
Essas reformas, além de terem aumentado a confiança dos investidores estrangeiros, também possibilitaram uma diversificação maior das fontes de financiamento, com destaque para os investimentos em infraestrutura, saneamento e energia renovável. Com a introdução de marcos regulatórios mais claros e a estabilidade fiscal proporcionada pelas reformas, o Brasil se tornou mais competitivo, especialmente em comparação com outras economias da América Latina, que enfrentam desafios similares. Segundo as previsões, o PIB brasileiro deve crescer 2,4% em 2025, o que sinaliza uma recuperação moderada, mas com boas perspectivas para os próximos anos, principalmente devido à estabilização das reformas.
Por fim, é importante destacar que as reformas tributária e fiscal em andamento, especialmente a Reforma Tributária, que busca simplificar o sistema de impostos e reduzir a burocracia, também são vistas como elementos cruciais para o aumento da competitividade e a atração de novos investimentos. O sistema tributário brasileiro, com sua complexidade histórica, representa um obstáculo para as empresas, mas a reforma proposta pode eliminar muitos desses obstáculos, criando um ambiente de negócios mais eficiente e atraente para investidores.