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O que o mercado aprendeu com a comunicação interna em 2024

Hugo Godinho
Foto: divulgação

Por Hugo Godinho, CEO da Dialog, HR Tech líder em comunicação interna e engajamento no Brasil.

Pode-se dizer que 2024 foi o ano da discussão sobre o bem-estar e o engajamento de colaboradores. Muitos dos temas debatidos, incluindo a recente PEC que propõe o fim da escala 6×1 no Brasil, estão relacionados à experiência no ambiente de trabalho e como isso impacta a qualidade de vida das pessoas.

Nesse sentido, a Comunicação Interna tem se mostrado, mais do que nunca, uma importante ferramenta de apoio às empresas. Afinal, entre as diversas responsabilidades da área, ela é responsável por alinhar a experiência dos colaboradores às necessidades da organização. Esse alinhamento é fundamental para que o negócio consiga prosperar ao mesmo tempo em que os profissionais se sintam acolhidos e respeitados pela empresa.

Esse não é um processo fácil, pois envolve diferentes aspectos. A Comunicação Interna dificilmente terá êxito se não for estruturada com base em dados e não contar com uma plataforma capaz de apoiar a estratégia proposta.

Em um país no qual apenas 31% dos colaboradores estão engajados em 2024, segundo a Gallup, ainda há muito a ser feito no próximo ano para melhorar esse indicador. E essas melhorias passam, por exemplo, pela influência dos líderes comunicação. Segundo o mesmo estudo, 70% da variação no engajamento da equipe pode ser atribuída à liderança.

Os desafios de engajar colaboradores, mensurar as ações desenvolvidas e formar lideranças comunicadoras estão presentes na Comunicação Interna há muitos anos. Em 2024, porém, acredito que a área tenha conseguido enxergar novas abordagens para solucionar essas questões com mais eficiência e inteligência.

As plataformas de Comunicação Interna têm se mostrado cada vez mais preparadas para enfrentar esses desafios.

Acredito também que a tecnologia deve trabalhar a favor das pessoas, seja ampliando o alcance da comunicação, facilitando o compartilhamento de informações, agilizando a coleta e a análise de dados ou simplificando as tarefas cotidianas.

O maior aprendizado da Comunicação Interna em 2024 foi descobrir como utilizar a Inteligência Artificial a favor das atividades da área. Se bem utilizada, essa tecnologia pode otimizar o trabalho do comunicador e permitir que ele dedique mais tempo a tarefas que exigem um esforço estratégico substancial, de forma que a AI se torna uma poderosa assistente.

Projeções para 2025

Uma Comunicação Interna bem-estruturada, planejada e executada traz benefícios valiosos às empresas. De forma cada vez mais inteligente, a área permite que as marcas se aproximem de seus colaboradores, seja por meio da cultura ou de ações que estimulem o engajamento dos times ao longo de sua jornada na empresa.

Essa conexão entre a empresa e as pessoas constrói um ambiente de trabalho mais acolhedor, desperta nas equipes o senso de pertencimento e faz com que os profissionais vejam sentido em suas atribuições diárias. Tudo isso representa um ganho inestimável para o negócio.

Para 2025, imagino que muitos dos desafios já existentes permanecerão presentes no dia a dia das empresas que ainda não enxergam a Comunicação Interna como uma prioridade estratégica para o negócio. Por outro lado, pensando nas organizações que já investem na área, acredito que as principais metas girem em torno de ações que busquem o engajamento genuíno dos colaboradores.

Afinal, esse indicador acaba sendo o responsável por outros igualmente relevantes, como a retenção de talentos, o aumento da produtividade, a redução dos acidentes de trabalho, o fortalecimento da cultura organizacional e, consequentemente, a entrega de resultados cada vez melhores. Só que agora essa correlação poderá ser medida e comprovada.

Ainda refletindo a respeito das projeções para 2025, também aposto minhas fichas nas tendências de consumo de informação. Tendo em vista como a forma de se comunicar externamente mudou, é necessário ajustar e hiperpersonalizar o jeito como fazer isso internamente. A personalização gera identificação; e essa identificação é o que leva ao engajamento.

As organizações precisam compreender a relevância da Comunicação Interna nesse processo e identificar como a área pode estimular esse comportamento no público interno. A melhor forma de fazer isso é por meio de uma análise robusta e inteligente de dados, que também enxergo como grande tendência para 2025.

A mensuração é capaz de sinalizar para a empresa diversas preferências do colaborador em seu comportamento digital, um trunfo que é base para a construção de qualquer estratégia.

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