Por Felipe Bernardi Capistrano Diniz
A Apple está fazendo uma joint venture inédita no Brasil com a Symbiosis, empresa que atua no reflorestamento e recuperação de terras degradadas. A parceria inclui a compra de terras na Bahia. Nessa primeira fase, o negócio envolve a aquisição de pouco mais de mil hectares, número que deve chegar a 5 mil hectares entre 2025 e 2026, o equivalente a sete mil campos de futebol.
O investimento faz parte de um total de US$ 400 milhões em todo o mundo, dentro do Restore Fund, criado em 2021 para apoiar iniciativas de reflorestamento. O Brasil é um dos protagonistas da iniciativa. Os aportes na América do Sul, onde também há atividades no Paraguai, somam US$ 80 milhões.
Lisa Jackson, vice-presidente de Meio Ambiente, Relações Governamentais e Iniciativas Sociais da Apple, diz que o Brasil é um dos países com os maiores investimentos no segmento no mundo. Ela explica que a iniciativa é importante, pois 25% das emissões não podem ser reduzidas apenas com as técnicas disponíveis em linhas de produção. Por isso, diz, é necessário investir na própria natureza.
Um dos objetivos com a Symbiosis é ter um processo fundamentado para a medição do carbono. Continuamos buscando projetos ao redor do mundo, e sempre trabalhamos em parcerias. Não se trata apenas da Apple comprando terras, mas de investirmos em parceiros como a Symbiosis, para que eles possam identificar locais e expandir projetos. Eles já estão planejando ampliação no ano que vem, diz Lisa.
IA é desafio em energia
A iniciativa de compra de terras no Brasil envolve ainda outras gigantes da tecnologia, como Amazon e Microsoft. O esforço conjunto do setor se deve à maior demanda por energia com o avanço da inteligência artificial.
Lisa lembra que investir em data centers que usam fontes limpas faz parte dessa equação. Ela conta que essa é a base para a Apple Intelligence, a ferramenta de IA da empresa que está sendo lançada em inglês este mês e, em breve, em outros idiomas, como o português.
A Apple Intelligence funciona o máximo possível diretamente no dispositivo. Assim, se o aparelho tem baixa emissão de carbono, é neutro. O próximo passo é que, se não estiver rodando apenas no dispositivo, mas em um data center da Apple, isso aconteça já com energia limpa e renovável, o que se faz desde 2018.