Nos últimos anos, ESG (Ambiental, Social e Governança) deixou de ser um termo técnico para se tornar um pilar estratégico em negócios e investimentos. Não é só uma tendência; é uma mudança estrutural. Infelizmente, porém, a última letra da sigla ainda muitas vezes é relegada a um papel de menos destaque, como se fosse menos atrativa para a construção de negócios sólidos.
Aí mora um grande engano. Tenho visto na prática o quanto a governança desempenha um papel de alto potencial de transformação para as empresas e, portanto, para a sociedade. Isso vale para qualquer negócios, mas no setor de investimentos alternativos, como ativos judiciais com que lido no dia a dia, essa realidade é ainda mais concreta.
Esse mercado, por sua própria natureza inovadora e desafiadora, exige um equilíbrio delicado entre criatividade e segurança. Aqui, a governança deixa de ser apenas regras no papel; é confiança na prática, um mecanismo essencial para alinhar interesses e mitigar riscos, garantindo sustentabilidade no longo prazo.
Por que a governança importa tanto?
Imagine um fundo adquirindo ativos judiciais. Cada etapa, da análise à decisão final, envolve complexidade e múltiplos interesses. Sem uma governança robusta de todos os envolvidos no processo, o risco é claro: exposição a falhas estratégicas, legais ou reputacionais.
Governança eficaz não é apenas conformidade com as normas regulatórias. Ela cria uma cultura de transparência, responsabilidade e alinhamento. Em nossa experiência na Droom Investimentos, o papel do conselho deliberativo e de profissionais com experiência na criação de boas governanças têm sido fundamentais. Eles trazem perspectivas externas que desafiam nossos vieses e nos ajudam a tomar decisões melhores.
Os desafios e as oportunidades no Brasil
A maturidade em governança ainda é um ponto a ser desenvolvido em muitas empresas brasileiras. Mas vejo isso como uma janela de transformação. Negócios familiares e novos empreendimentos, ao adotarem práticas sólidas de governança, não apenas garantem sustentabilidade, mas também se destacam em mercados competitivos.
Na Droom, enfrentamos diariamente o desafio de fortalecer nossa estrutura sem comprometer a agilidade. Para nós, o caminho é aprender, ajustar e crescer enquanto continuamos inovando. É essa capacidade de adaptação que nos mantém relevantes e conectados ao nosso público.
Governança: um catalisador para ESG
Governança não é burocracia; é estratégia. É ela que sustenta empresas que desejam integrar ESG de forma autêntica, não como marketing, mas como valor real. Quando bem feita, atrai investidores qualificados e posiciona negócios como líderes de impacto.
Pessoalmente, vivencio o poder da governança em transformar desafios internos em alavancas de crescimento. E talvez essa seja a mensagem mais importante: governança é sobre fazer o certo — para as pessoas, o mercado e o planeta. Porque no fim do dia, ética e sustentabilidade sempre se convertem em bons negócios.