Fundada em 2019, por Guilherme Ottoni Zimmermann, a Organa Biotech, de Joinville, nasceu de um Startup Weekend, evento de 54 horas que ajuda pessoas com ideias a criarem suas startups através de uma metodologia própria. Buscando empreender com resíduos, matéria que já estudava há 7 anos, ele participou de uma edição para entender o mundo da inovação e o ecossistema, e buscou validar a ideia que tinha de desenvolver um negócio que transformasse lixo em dinheiro.
“A ideia era fazer dinheiro com os resíduos domiciliares, auxiliar na coleta seletiva, mas a temática do SW era indústria, então pesquisei durante o evento qual resíduo ainda não estava resolvido nesse ambiente e, o orgânico foi o que decidimos, assim criamos uma compostagem acelerada por biotecnologia dentro da área da empresa, evitando transporte, aterro e transformando o que hoje é lixo em um rico adubo para ser utilizado na jardinagem das empresas“, conta.
Os desafios, de acordo com ele, são diários, mas os números mostram um caminho promissor: já foram compostados mais de 200 toneladas de resíduos orgânicos, evitando mais de 250 toneladas de CO2 no meio ambiente e gerando algo em torno de 80 toneladas de rico adubo para ser utilizado.
“No início era a descrença pelo processo realmente acontecer, também um certo preconceito com a compostagem, que poderia gerar odores, vetores, ou não ser regulamentado. Depois, foi o crescimento, conquistar novos clientes, formar equipe, primeiras contratações, e hoje, o maior desafio é escalar“.
Com mais de 15 clientes, a startup atua a nível regional, no entanto, os planos incluem expansão nacional. Entre as novidades para este ano estão a mecanização do processo, facilitando e acelerando a operação, além do desenvolvimento de tecnologia para redução no desperdício de alimentos das cozinhas industrias, processo em andamento para implantação.
A startup nunca recebeu investimento, mas recentemente conseguiu entrar para um edital da FAPESC para desenvolver uma solução para reduzir o desperdício de alimentos nas cozinhas industriais.
“A pivotagem que antes assustava, hoje se torna parte do processo, quando necessário, para aprimorar as soluções que levamos para os clientes“.
Ele complementa que desde o início, a missão era tranformar o lixo em algo de valor para o mundo:
“Quando criei a startup, a ideia era deixar um legado, criar um negócio que fosse sustentável tanto economicamente, quanto ambiental e socialmente, e durante esses anos temos conseguido bons resultados, mas o mais importante é o nosso sonho de transformar o que hoje é lixo em valores, os resíduos orgânicos são matéria prima para o adubo e a maior missão da Organa Biotech é trazer esse conceito para o Brasil“.