Por Fabio Seixas, especialista em soluções tecnológicas e CEO da Softo.
A era dos softwares de prateleira, que por décadas dominaram o mercado, está chegando ao fim. Esses programas genéricos sempre foram uma solução prática e econômica para empresas de diferentes tamanhos, mas o maior trunfo — a universalidade — é também a maior fraqueza. Eles cumprem o básico, mas nunca tudo. Logo menos, com os avanços da inteligência artificial (IA), o software personalizado será não apenas o ideal, mas o padrão inevitável.
Historicamente, empresas precisaram adaptar processos para se adequar às limitações das ferramentas disponíveis. Isso gerou perdas em eficiência, aumento de custos operacionais e, sobretudo, uma estagnação na inovação. O termo “80% de solução” é frequentemente usado para descrever como softwares genéricos atendem a uma boa parte das necessidades, mas falham nos 20% que realmente podem transformar um negócio. Em um mercado cada vez mais dinâmico, é justamente nesses 20% que se encontram as oportunidades para se destacar.
A personalização de softwares, por outro lado, sempre foi uma aspiração das empresas. No entanto, até pouco tempo, o custo e a complexidade restringiam essa abordagem às grandes corporações ou apenas aos sistemas mais estratégicos. Hoje, o cenário está mudando rapidamente com o advento de ferramentas de desenvolvimento assistido por IA. Tecnologias como a geração de código automatizado e plataformas low-code/no-code já começaram a democratizar a personalização, tornando-a acessível para negócios de diferentes portes e setores.
A inteligência artificial leva a personalização a um nível sem precedentes. Não se trata apenas de criar softwares que atendam às demandas atuais de uma organização, mas de desenvolver sistemas capazes de aprender e evoluir com o tempo. Softwares impulsionados por IA acompanham as mudanças do mercado e as novas necessidades empresariais.
Essa transformação ultrapassa a eficiência operacional. Softwares personalizados têm o poder de moldar a experiência do cliente, redefinir processos internos e, sobretudo, criar novas oportunidades de crescimento. Empresas que investem em soluções sob medida deixam de competir apenas pelo preço ou pela qualidade dos produtos, passando a oferecer experiências únicas e serviços diferenciados.
A previsão de que, até 2026, segundo a Gartner, 65% das empresas priorizarão softwares customizados não é um exagero. O mercado está testemunhando uma era em que a personalização é uma necessidade estratégica. O futuro é personalizado e ele está muito menos distante do que parece.
