Por Charles Schweitzer, CEO da Tanto.
Nos últimos meses, o Brasil passou a vivenciar a pandemia das apostas esportivas, conhecidas como “bets”. Entre as consequências do vício em jogos estão o comprometimento da renda, endividamento pessoal e familiar e até mesmo a perda do emprego. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Instituto Locomotiva, somente no ano de 2024, mais de 25 milhões de pessoas passaram a fazer apostas esportivas em plataformas eletrônicas de janeiro a julho, com uma média de 3,5 milhões por mês.
Em um período de cinco anos, o número de brasileiros que apostaram nas “bets” chegou a 52 milhões. Ainda segundo a pesquisa, 86% das pessoas que apostam têm dívidas e 64% estão negativadas no Serasa. Diante da situação alarmante, as empresas dos mais diversos setores têm se preocupado com a saúde mental dos colaboradores, porque a instabilidade financeira afeta diretamente a produtividade e o engajamento dos times.
Nesse contexto, as HRTechs, startups com soluções para RHs, se destacam com a oferta de benefícios corporativos reembolsáveis que atuam como uma ferramenta estratégica para promover a educação financeira, assim como prevenir problemas financeiros pessoais, que na maioria das vezes, reverberam no ambiente de trabalho.
Por meio da tecnologia, as plataformas das empresas conseguem monitorar em tempo real como o dinheiro está sendo utilizado pelos colaboradores para evitar fraudes, além de promover as boas práticas de compliance. Ao mesmo tempo em que é importante investir em sistemas de segurança, as empresas também podem ter entre as opções o acesso a consultorias especializadas, cursos de gestão de orçamento e plataformas de planejamento financeiro para transformar a relação dos colaboradores com o dinheiro.
Nessa era das “bets”, é fundamental que as empresas tenham esse papel de responsabilidade social, porque os talentos são as peças-chave das organizações. Os colaboradores com apoio psicológico e benefícios que promovam o bem-estar, não só têm um desempenho melhor, como também apresentam menores índices de absenteísmo e se engajam mais. Ao proporcionar conscientização sobre as apostas e trazer educação financeira para dentro do trabalho, as empresas criam ambientes mais equilibrados e produtivos.
A meu ver, a adoção de benefícios corporativos como ferramentas de educação financeira não é apenas um diferencial, e sim uma necessidade diante da situação grave em que vivemos. Ao assumirem esse compromisso, as empresas não só contribuem para a retenção e atração de talentos, como também para uma sociedade mais consciente e empoderada. E você, o que tem feito pela sua empresa?