Por Augusto Barretto, fundador da Simplo CRM.
O mundo mudou! A pandemia acelerou a transformação digital, trazendo uma nova realidade e, consequentemente, um novo ambiente de negócios. Alguns empreendedores estão aproveitando essas mudanças para se destacar, enquanto muitos outros ainda estão se adaptando e correm o risco de ficar para trás, especialmente as micro e pequenas empresas.
Um exemplo disso é que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), quase 30% dos pequenos negócios não utilizam recursos digitais para potencializar as vendas.
Entre as mudanças mais significativas proporcionadas pela revolução tecnológica, pode-se destacar:
- O envelhecimento da população versus a chegada da Geração Z;
- A comunicação que passou de broadcast (um emissor para vários receptores, como rádio e TV) para uma comunicação bidirecional (com retorno do receptor, como redes sociais e WhatsApp);
- Ascensão do delivery e do e-commerce (iFood, Uber, Amazon e Mercado Livre, por exemplo).
- O home office e o modelo híbrido;
- A digitalização de processos, incluindo meios de pagamento (PIX e contas digitais);
- E, mais recentemente, a inteligência artificial.
Esses fatores externos interferem diretamente no dia a dia das corporações, impactando como elas atendem, comunicam-se e entregam produtos ou serviços. Todas as mudanças foram motivadas pelo novo perfil de cliente, que quer agilidade, informação rápida e uma jornada de compra prática – quem não estiver preparado para atender essas demandas ficará para trás.
A tecnologia como aliada das pequenas empresas
Apesar do desafio, a tecnologia oferece oportunidades acessíveis também para os pequenos negócios, especialmente nos últimos anos. Soluções antes restritas às grandes corporações agora estão ao alcance de todos.
Por exemplo, no início do século XXI, um software de gestão empresarial (ERP) podia custar entre 50 mil e 200 mil dólares. Hoje, é possível contratar ferramentas em nuvem por menos de R$ 300,00 por mês. O mesmo ocorreu com os sistemas de CRM – ou gestão de relacionamento com o cliente. Antes caros e inacessíveis, hoje estão disponíveis por menos de R$ 100 por usuário.
O problema, entretanto, é que muitas organizações tradicionais de pequeno porte ainda enfrentam dificuldades na fase de incorporar essas ferramentas. Isso ocorre devido ao chamado “Gap Tecnológico” – a diferença entre a velocidade da evolução tecnológica e a capacidade das pessoas e das empresas de absorvê-la.
É possível dizer que este conceito sempre vai existir. A democratização do acesso a alguns recursos tecnológicos exige processos até que sejam consolidados, como, por exemplo, a capacitação da equipe. Nisso, infelizmente, as pequenas empresas são as que mais sofrem. Para driblar essa barreira, o pequeno empreendedor deve se preocupar em selecionar soluções tecnológicas de empresas que tenham o perfil para trabalhar com as MPEs, principalmente no que tange ao suporte e capacitação do time.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que mais da metade das micro e pequenas empresas fecha antes do quinto ano de operação. As principais razões incluem a falta de planejamento, a dificuldade no acesso ao crédito, a falta de mão de obra especializada e, justamente, a falta de vendas. As porcentagens de pouca aderência à tecnologia se relacionam com essa informação, já que a digitalização é uma das ferramentas mais poderosas para o setor comercial hoje.
Ferramentas como o CRM, por exemplo, aliadas a estratégias adequadas, são pilares essenciais para melhorar o atendimento, o desempenho do time e garantir a sobrevivência no mercado atual. Esses recursos ajudam a atrair clientes, garantir que eles adquiram os serviços, além de retê-los e otimizar o relacionamento. De maneira generalizada, esses sistemas são responsáveis por separar as pequenas empresas que permanecem relevantes daquelas que possuem como destino final o dado mencionado no parágrafo acima.
