Por Bruna Amaral, Founding Team & Partner da Escola DNC.
A pesquisa “Agenda: estratégias empresariais para o ambiente de negócios”, da Deloitte, revelou um dado que diz muito sobre a realidade atual do mercado de trabalho: em 411 empresas pesquisadas, 72 em cada 100 entrevistados planejam aumentar os investimentos na capacitação profissional na área de tecnologia. Em outras palavras, desenvolver talentos não é mais um simples diferencial, mas, sim, um movimento estratégico para a companhia crescer de forma sustentável.
Um programa de treinamento bem estruturado impacta diretamente na performance e na retenção de colaboradores, diminuindo custos com processos de recrutamento, seleção e integração. Isso porque, mais do que aprimorar as suas habilidades, um dos maiores benefícios das boas ações de capacitação é criar um ambiente engajado e satisfatório.
Ou seja, o colaborador quer estar ali e percebe que o seu treinamento não é vantajoso apenas para a empresa, mas também para ele mesmo. Não à toa, muitas vezes esses programas estão integrados aos Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), o que mostra ao funcionário os caminhos para adquirir competências essenciais que o façam alcançar suas metas e alavancar a carreira.
É, de fato, um estímulo à inovação e à adaptação a novas tendências de mercado, que contribuem tanto com o seu crescimento profissional dentro da empresa quanto da própria organização, que consegue atingir seus indicadores e resultados do negócio.
Cada negócio, cada programa
Apesar da área de Treinamento & Desenvolvimento (T&D) ser estratégica para qualquer empresa nos dias de hoje, de nada adianta investir nela se a organização não alinhar os programas aos objetivos organizacionais e à cultura corporativa. Tudo deve começar com uma reflexão sobre o motivo que a levou a investir na capacitação de colaboradores e qual impacto esse investimento deve gerar.
Entender as metas do negócio e o crescimento esperado é o que irá permitir à companhia alinhar o orçamento às necessidades reais. Dessa forma, é possível criar uma estratégia personalizada e, sobretudo, eficaz.
Um adendo: já que estamos falando de ações adaptadas a demandas específicas, copiar modelos de outras organizações não é algo muito indicado, porque o que funciona em uma pode não funcionar em outra. A recomendação é pesquisar e estudar diferentes planos de desenvolvimento utilizados por diversas empresas, conversar com profissionais da área de T&D e adaptar as melhores práticas ao contexto organizacional.
De olho nas necessidades dos colaboradores
Junto do olhar para os seus próprios objetivos, uma companhia que quer criar programas de T&D impactantes também precisa focar em buscar formas de engajar continuamente os colaboradores. Isso envolve reforçar a todo momento a importância do desenvolvimento profissional e cultivar uma cultura voltada para o aprendizado.
Para construir um ambiente como esse, não há como depender só das ideias e iniciativas das lideranças. Ouvir os colaboradores é fundamental para entender as dores e preferências. O incentivo à capacitação deve ser, acima de tudo, centralizado no impacto positivo que pode gerar para as equipes, seja em termos de crescimento profissional, remuneração, visibilidade ou oportunidades de promoção.
Outro aliado importante da área de T&D é o mundo digital. Atualmente, existem diversas tecnologias e empresas especializadas em programas de capacitação internos que atendem às demandas específicas dos colaboradores.
Por exemplo, ferramentas de low code voltadas para Recursos Humano (RH), como a Zazos, permitem criar uma plataforma de LMS (Learning Management System) interna. Além disso, há companhias de educação que oferecem trilhas de desenvolvimento personalizadas, muitas vezes integradas ao PDI elaborado pelos gestores.
Mas lembre-se: mais importante do que a ferramenta, é a forma como o processo é realizado. Uma empresa que cuida dos talentos cuida de si mesma. Essa ideia é o que realmente abrirá as portas para reter colaboradores qualificados e crescer no mercado.