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De estagiário para CEO: conheça a trajetória de Danilo Custódio na Mirante Tecnologia

Foto: divulgação.

Especializada em fortalecer negócios acelerando a transformação digital e inovação através de soluções digitais, a Mirante Tecnologia, com sede no Distrito Federal e 26 anos de atuação, tem em seu portfólio soluções low-code, squads gerenciadas e outsourcing de serviços especializados.

A empresa encerrou o último ano com um crescimento de 35%, alcançando R$ 130 milhões em faturamento. Para 2025, a empresa projeta um faturamento de R$ 180 milhões, que deve ser puxado pelo investimento no seu braço de inovação tecnológica, que irá receber investimentos de R$ 5 milhões.

Um dos destaques é o desenvolvimento de uma plataforma de inteligência artificial voltada para otimizar processos empresariais. A solução, já em fase de testes, oferece funcionalidades como triagem automatizada de currículos, análise de código e geração de documentos técnicos, por exemplo.

A inteligência artificial está transformando a maneira como as empresas operam, e nosso objetivo é potencializar essa mudança. Com a nova plataforma que estamos desenvolvendo, queremos oferecer soluções que não apenas automatizam processos, mas que tragam inteligência estratégica para nossos clientes. Para 2025, estamos focados em consolidar essa inovação no mercado e alcançar um crescimento ainda mais expressivo”, afirma Danilo Custódio, CEO da Mirante Tecnologia.

Danilo começou na empresa como estagiário. Entre idas e vindas, em 2017 assumiu a posição de CEO e, conta em primeira mão ao Economia SC, como foi essa trajetória e os planos da empresa.

Você entrou como estagiário na empresa em 2000 e desde 2017 assumiu como CEO. Como foi a ascensão da sua trajetória na empresa?

Em 2000, eu entrei como estagiário na Mirante e fiquei cerca de 5 meses na empresa, pois eu tinha como objetivo criar um produto, o que acabou não dando certo. Alguns anos depois, comecei a atuar como consultor e professor de Programação Orientada a Objetos na UnB. Além disso, em 2003, 2004 e 2006 prestei consultoria para a empresa em alguns projetos, sendo que em agosto daquele ano eu realmente voltei para a empresa, dessa vez como gerente de projetos e sócio, mas sempre realizando diversas outras funções, desde analista até programador e diretor. Um ano depois da minha volta, a empresa teve seu primeiro ano de lucro desde sua criação e em 2008 chegamos a ter 140 clientes. Então assumi o cargo de Diretor da Fábrica de Software. Em 2010, virei Diretor Executivo e peguei a área financeira da empresa. Depois, saí para abrir meu próprio negócio, iniciando minha jornada de empreendedor, mas infelizmente deu errado. Na época, eu ainda não tinha a experiência nem o planejamento necessários para fazer isso. Foi uma boa experiência para a minha vida profissional, que me trouxe muitos ensinamentos, mas que durou pouco tempo. Enquanto eu estava na minha startup, eu continuei fazendo parte do conselho da Mirante, então eu continuei a auditar os resultados da empresa e, aos poucos, fui voltando. Primeiro, voltei para a parte financeira, e depois fui para a parte administrativa como um todo, em seguida, fui assumindo os setores de RH, novos negócios e comercial. Virei vice-presidente e aí sim, em 2017, assumi o cargo de CEO. Na época que entrei como CEO, resolvemos criar um departamento comercial um pouco mais robusto e em 2019 criamos nossa área de marketing. Então, em todos esses anos, eu posso afirmar que passei por todas as áreas da empresa, sei como funciona tudo e ajudei no que eu pude em todas as etapas e setores. Foi uma trajetória muito importante para mim e acredito que minha história e a da Mirante andam lado a lado.

Quais foram os principais aprendizados dessa trajetória?

Quando eu entrei como CEO, eu tinha muitas ideias e queria fazer muitas coisas ao mesmo tempo, numa velocidade muito rápida, e isso fez com que a gente deixasse de ter qualidades que tinha anteriormente, que era foco e disciplina. Eu comecei a abrir muitas tarefas ao mesmo tempo e não fechar nada. Este é meu principal aprendizado, e até o nosso planejamento estratégico mostra isso – a gente chegou a ter quase 30 OKRs e hoje tem 10. Ter foco, criar consistência nas atividades e disciplina foi algo que eu aprendi e isso se reflete na gestão da Mirante. Pra mim, é isso que vai te levar para um caminho de sucesso. Às vezes é melhor você fazer menos tarefas, mas de maneira mais profunda e bem feita do que pegar tudo ao mesmo tempo e acabar não concluindo, ou fazendo de uma forma que não era a ideal. Na minha jornada, outro aprendizado  importante também foi a descentralização. Nós éramos muito centralizados e essa descentralização veio para criar conexões com as pessoas e ter um time de alto desempenho. Isso também é algo a que eu comecei a aprender mais e quero continuar melhorando, no sentido de não centralizar tanto as tarefas e decisões.

Como a posição de CEO fortaleceu a empresa? Quais foram os principais marcos desde então?

Nessa posição, eu consegui dar uma clareza em termos de objetivos de onde a gente quer chegar. Quando eu entrei no cargo, nós não tínhamos um objetivo claro, nós éramos uma empresa que fazia de tudo. E aí eu entendi que uma das questões que fazia sentido era focar em eficiência e velocidade. Nessa época, fizemos até um refit, redesenhamos nosso logotipo, criamos um slogan que era “na velocidade da sua necessidade” e tínhamos o time to market como um dos nossos objetivos. Dessa forma, começamos a buscar soluções que corroborassem com esse objetivo e foi assim que o low-code surgiu na empresa. Nós também começamos a focar em eficiência operacional e em melhorar nossas margens. Eu já tinha começado a fazer isso como vice-presidente, e em 2017, nós começamos a melhorar bastante, conseguindo trazer uma robustez em termos de resultado. Dois anos depois, em 2019, a gente criou um plano de expansão. Começamos a investir para poder expandir e isso possibilitou que a Mirante triplicasse de tamanho, de 2017 até final de 2024. Na época, faturávamos R$ 40 milhões e agora fechamos 2024 com R$ 130 milhões. Isso nos fortaleceu e conseguimos trazer um time  mais sênior também, com a liderança da empresa mais preparada. Nesse tempo, porém, a gente focou muito em apertar o parafuso e olhou um pouco menos para a cultura e o desenvolvimento das pessoas. Esse agora é um dos pontos que nós estamos bastante focados para melhorar. Em 2024, recebemos o prêmio Lugares Mais Incríveis Para Trabalhar pela FIA Business School e já ganhamos o selo FIA FEEx duas vezes como um excelente lugar para trabalhar com o clima organizacional, o que mostra nosso comprometimento nessa frente. 

Como foi a experiência de gerir uma empresa na pandemia?

A Mirante cresceu nesse período, mas a gente não estava maduro o suficiente naquele momento para poder aproveitar todo o potencial que se teve, porque o setor de tecnologia ficou muito aquecido durante aquele período. Infelizmente, nós tivemos uma perda de cultura, pois, como um todo, a gente não conseguiu engajar e inspirar muito o time em home office, o que foi um aprendizado que vale olharmos para o futuro. Pessoalmente, eu sou uma pessoa que trabalha muito bem sozinho, mas agora que a gente está voltando mais pro presencial,  eu acho que é uma perda. Isso de sentar do lado, trocar uma ideia, eu acho que dá muito mais dinamicidade e muito mais velocidade para que as coisas se resolvam.

Com a ascensão da IA, muitas empresas estão adotando a tecnologia em prol da produtividade e otimização, como ela impacta o dia a dia de um negócio? Qual sua percepção sobre o assunto? 

Eu acho que a IA vai potencializar muito o trabalho das pessoas. Ou seja, uma pessoa que já era produtiva vai se tornar hiper produtiva e, quanto mais produtiva ela é, mais benefício ela vai ter, vai conseguir aprender mais rápido e extrair das IAs todo o potencial  que elas têm. Além disso, acredito que a forma do trabalho também irá alterar. As pessoas vão parar de se preocupar com “como” as coisas são feitas e vão começar a olhar mais os objetivos, o “aonde” querem chegar. Outro ponto é a rapidez que as pessoas irão aprender, a dinâmica de entendimento e de aprendizado vai mudar. As pessoas vão estar mais preparadas, mais desenvolvidas, vão conseguir gerar resultados positivos muito mais rápido porque elas vão aprender muito mais rápido também. Eu acredito que a IA vai evoluir em aceleração, porque a inteligência artificial tem melhorado os resultados que ela gera, e eles são mais rápidos. E isso até causa um pouco daquele negócio do FOMO na gente, o famoso fear of missing out, porque você vê tanta coisa acontecendo tão rápido que é difícil de acompanhar. 

Quais os planos da empresa para este ano?

Neste ano, pretendemos crescer 30% e atingir R$ 180 milhões de faturamento, investindo R$ 5 milhões no braço de inovação, com foco  no desenvolvimento de uma plataforma de inteligência artificial voltada para otimizar processos empresariais. Além disso, também queremos aumentar nosso espaço de melhoria de imagem e de valor agregado, c

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Fundadora do Economia SC/SP/PR, 4 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças 2023.

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