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Que a folia seja apenas com os bloquinhos, e não com as finanças

Luciana Pavan
Foto: divulgação.

Por Luciana Pavan, fundadora e idealizadora do 90 Segundos de Finanças.

Carnaval não significa uma folia financeira, muito pelo contrário. Embora muitos brasileiros consideram que o ano começa depois desse feriado, não queremos entrar no novo ciclo já devendo, seja porque gastou demais ou porque caiu em alguma armadilha.

Tanto para quem vai viajar quanto para aqueles que vão ficar em suas próprias cidades, recomendo estabelecer um limite de gastos e se propor um desafio: quanto posso gastar no feriado inteiro sem comprometer meus planos? É importante fazer esses cálculos antes da chegada do feriado, para que se possa pular com tranquilidade e dentro das possibilidades.

Ainda nesse assunto de planejamento para o Carnaval, sempre enfatizo aos meus mentorados que decidam com antecedência se vão a algum bloco, festa, baile ou camarote. Tomada essa decisão, chega a hora de pesquisar bem o quanto isso vai custar.

A pior decisão é aquela tomada na última hora ou o famoso “na hora, eu vejo”, porque, no calor da emoção e com os amigos convidando, é muito mais fácil sermos “falíveis, facilmente confundíveis e com frequência irracionais”, como diria o professor e psicólogo Dan Ariely.

Se o orçamento estiver curto, antecipar-se é um bom recurso, e aqui estou falando de pesquisar com antecedência por blocos ou festas gratuitas. Muitas vezes, a diversão não precisa ser cara. Também vale usar a imaginação para se fantasiar com as peças que já temos no armário, as fantasias costumam custar mais caro quando o feriado se aproxima.

Para quem estiver em um grupo de amigos, não é feio ou indelicado dividir as contas, sejam elas da viagem, do churrasco, do transporte, da alimentação ou até de ingressos. Existem bons aplicativos que ajudam a compartimentar as despesas sem estresse, tais como o Splitwise (que já atribui valores por pessoa, a partir dos gastos individuais), Settle Up, Split Bill, Tricount, Junto$ e o Divide Conta.

Muita atenção aos celulares

Infelizmente, convivemos diariamente com a insegurança urbana no Brasil. Para quem tiver um celular antigo em casa, recomendo usá-lo e instalar apenas o aplicativo de mensagens e o de transporte, e, claro, utilizar esse dispositivo para sair nas ruas durante a folia.

Caso não seja possível, outra dica é desinstalar temporariamente os aplicativos de banco, assim como outros com dados pessoais, e também retirar os dados do cartão de crédito das carteiras digitais.

Ainda nesse mesmo contexto de insegurança com os nossos pertences, indico priorizar o uso do cartão físico para realizar pagamentos, em vez de fazê-los com o telefone, sem esquecer de conferir os valores que estão sendo transacionados nas maquininhas.

E, claro, reforço o cuidado ao carregar o celular: nada de andar com ele no bolso de trás da bermuda ou de um jeito visível. Na hora de tirar aquela selfie com a turma, é melhor escolher um local seguro, preferencialmente dentro de um bar, restaurante ou edifício. São cuidados que podem render uma boa economia de dinheiro e de dor de cabeça.

Outra dica importante é instalar previamente o aplicativo Celular Seguro para conseguir bloquear o aparelho caso algo ruim aconteça.

Erros mais comuns

Distração é o que não falta durante o Carnaval. Comentei sobre isso anteriormente, mas vale um reforço: distrair-se ao fazer um pagamento durante essa festividade nacional pode gerar um bom prejuízo. Estou falando do famoso golpe da maquininha.

O folião não observa atentamente na hora de realizar o pagamento e, às vezes, o visor pode estar até quebrado. No dia seguinte, ao consultar o extrato, essa mesma pessoa percebe que digitou a senha para uma transação muito maior do que o devido.

Atentar-se a isso pode nos poupar de muito transtorno: não se deve efetuar pagamentos em maquininhas em que o valor não esteja claro. Também é mais indicado evitar o pagamento por aproximação e escolher locais mais calmos para comprar bebidas e comidas.

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