Por Wanderley Augusto Paulo, CEO e fundador da Clarify Sistemas.
As despesas com Recursos Humanos (RH) representam um dos maiores impactos no resultado das empresas, podendo também ser, em muitos casos, o maior de todos os custos operacionais. Em paralelo, é inegável que sem uma equipe bem estruturada, a maioria absoluta das empresas simplesmente deixaria de existir.
Neste contexto, o desafio não é tratar o RH como um “mal necessário”, mas sim garantir que haja previsibilidade nos gastos com os colaboradores, independentemente do regime de contratação. A essa previsibilidade, dá-se o nome de orçamento de RH ou em inglês, budget de RH.
Com um bom planejamento orçamentário, a organização pode antecipar custos futuros com, além de salários, tributos e benefícios. Isso permite a previsão de reajustes, contratações, demissões e demais movimentações, bem como despesas acessórias, como infraestrutura para os postos de trabalho, aquisição de equipamentos de proteção individual e treinamentos. Ter essa visão clara do futuro financeiro do setor evita surpresas e possibilita um controle mais eficiente dos gastos.
Grandes empresas frequentemente criam departamentos específicos para a Gestão de Remunerações, responsáveis por elaborar e acompanhar o planejamento orçamentário de RH. No entanto, mesmo negócios menores podem dedicar uma parcela do tempo mensal para a produção e revisão dessas projeções, utilizando desde sistemas especializados até planilhas eletrônicas. Essa prática acarreta decisões estratégicas de forma mais assertiva.
Além do impacto direto nas finanças, um bom planejamento orçamentário de RH contribui para a retenção de talentos. Quando há uma visão clara dos recursos disponíveis, é possível oferecer melhores condições aos colaboradores, promovendo um ambiente mais estável e alinhado aos objetivos da empresa.
Uma pesquisa conduzida pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) apontou que colaboradores que se sentem valorizados e recebem feedback constante sobre o desempenho apresentam maior engajamento e satisfação no trabalho, o que resulta em uma redução de 20% na taxa de turnover.
Dessa forma, a previsibilidade dos gastos com pessoal, incluindo despesas acessórias como transporte e infraestrutura, torna-se um fator essencial para a sustentabilidade do negócio.
Segundo um estudo realizado pela consultoria Deloitte, organizações que implementam sistemas de avaliação de desempenho relacionados às metas estratégicas têm um retorno sobre o investimento (ROI) em RH até 68% maior do que aquelas que não os adotam.
Manter um orçamento bem organizado no setor de RH é a engrenagem que movimenta a estrutura rumo aos objetivos. Ao antecipar despesas e gerenciar de forma eficiente os recursos destinados aos colaboradores, evita-se desperdícios e garante-se que o capital humano seja um aliado no crescimento da organização.
