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Violência em condomínios: qual é o papel do síndico?

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Foto: Freepick

Episódios recentes de violência em condomínios reacenderam o debate sobre o limite das responsabilidades dos síndicos e subsíndicos na gestão da convivência. Em Campos dos Goytacazes (RJ), o brutal assassinato de um subsíndico diante de vários moradores chocou a comunidade. As imagens das câmeras de segurança registraram momentos de puro desespero e evidenciaram que, em situações extremas, a administração do condomínio não pode e não deve substituir as forças de segurança pública.

Em outra ocorrência, em Ribeirão das Neves (MG), uma discussão aparentemente trivial envolvendo um tapete acabou se transformando em um episódio de agressão física. A mulher agredida, que se viu desprotegida em seu próprio espaço, precisou contar com a solidariedade dos vizinhos para conter o comportamento violento do agressor.

A resposta imediata a esses acontecimentos foi a intensificação da procura por soluções para gerir conflitos condominiais. Houve um pico de solicitações e troca de mensagens com a Sindy, uma Inteligência Artificial treinada para atender condomínios. Síndicos de diversas regiões estão recorrendo à ferramenta para auxiliar na redação de comunicados e na orientação dos moradores, buscando apaziguar possíveis conflitos e explicar qual é o procedimento adequado em caso de crises.

É notável em alguns casos a sobrecarga de funções dos síndicos e subsíndicos nos condomínios e esse é um dos fatores que contribui para a fragilização do ambiente de convivência. Além de gerenciar questões financeiras e administrativas, eles frequentemente se veem na posição de mediar conflitos e, em contextos extremos, são alvos da violência. Isso indica que, para muitos condomínios, é hora de fazer uma redefinição dos papéis e garantir um suporte tecnológico que permita reduzir o contato direto em situações potencialmente perigosas.

Ferramentas como a Sindy mostram como a IA pode ajudar não apenas se limitar ao conhecimento da Lei dos Condomínios (Lei nº 4.591/64) e outras legislações correlatas, ela é capaz de esclarecer dúvidas com base no regulamento interno de cada condomínio e até interpretar imagens, vídeos e áudios para oferecer respostas contextualizadas. Essa capacidade de aprendizado e adaptação permite que a ferramenta auxilie na comunicação interna, mantendo os moradores informados e reduzindo a tensão nas interações diárias.

Contudo, ressalto que, embora a tecnologia possa proporcionar respostas rápidas e precisas a questões administrativas e de comunicação, ela nunca substitui a intervenção das autoridades competentes em situações de violência. O papel do síndico é fundamental como mediador e gestor do dia a dia condominial, mas ele não deve ser encarregado de resolver problemas que demandam a atuação especializada das forças de segurança pública.

Ou seja, a tecnologia deve ser encarada como um complemento à gestão condominial. O síndico, enquanto gestor, precisa atuar como facilitador do diálogo, garantindo que todos conheçam seus direitos e deveres, e promovendo a integração entre os moradores. Porém, em momentos de crise, nunca se deve assumir funções que vão além da sua competência. Nesses casos, o acionamento rápido das autoridades e a colaboração com as mesmas é crucial para que a segurança de todos – inclusive a de si próprio – seja garantida.

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Sócio-cofundador da uCondo, empreendedor, investidor, mentor e autor do bestseller “Eu Empreendedor”

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