A indústria de base faz uso intensivo de capital, seja ele ligado à aquisição e melhoria de maquinário para produção ou em treinamentos e capacitação de mão de obra especializada.
Para isso, as lideranças no setor precisam de uma boa visibilidade dos objetivos e metas das empresas em que atuam para garantir o uso eficiente de recursos e gerar retorno dos investimentos, especialmente em um cenário desafiador frente às imposições tarifárias de 25% dos Estados Unidos sobre importações de aço, por exemplo.
Para mitigar riscos, é essencial desenvolver uma gestão eficiente de recursos. De acordo com o vice-presidente da unidade de negócios da Falconi especializada em indústria de base e bens de capital, André Chaves, a estratégia para o setor deve ser orientada a longo prazo.
“Esse é um mercado que realiza aplicações em maquinário avançado, além de contratar profissionais cada vez mais especializados e preparados para lidar com as tecnologias emergentes. As lideranças precisam ser ‘estrategistas para o longo prazo’, onde a longevidade e o legado das companhias prevalecerão, com base nas escolhas do presente. Ter grandes orçamentos possibilita mais ações, mas é preciso tomar cuidado para evitar aportes ineficientes e distantes dos objetivos”.
Estados como Santa Catarina, por exemplo, que possui um PIB industrial de R$ 109,1 bilhões, representando 4,7% de participação no PIB nacional em 2022, emprega quase 1 milhão de trabalhadores nesse setor. Vale ressaltar que esse mercado é responsável por 28,5% do produto interno bruto do estado, também em 2022, segundo dados do Portal da Indústria. Com tanto capital, é preciso saber investir de forma inteligente.
Na expectativa de aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado, André destaca três recomendações que as lideranças da indústria precisam ter enraizadas para o bom andamento dos negócios. Confira:
1. Escolha e execute muito bem seus investimentos
Na indústria de base, qualquer modernização de maquinário e de linha de produção requer muitos investimentos. Para isso, é fundamental que as lideranças se atentem para que essas ações sejam feitas nos processos que mais podem impactar os resultados, além de garantir que os prazos sejam respeitados, que as melhorias técnicas esperadas sejam obtidas e os gastos não excedam o previsto.
2. Capacitação contínua de pessoas
Pessoas têm necessidades de treinamentos distintas, mesmo estando em funções semelhantes, levando em conta o histórico profissional de cada um. Pensando nisso, são indicados dois caminhos: personalização das trilhas de conhecimento e garantia do “aprendizado para a vida toda”, onde vão estudar exatamente o que precisam aprender para executar com competência o seu trabalho, de forma gradativa ao longo dos anos, aplicando imediatamente os novos conhecimentos em problemas reais que precisam ser resolvidos.
3. Foco no meio ambiente
Dado o potencial para emissão de poluentes nestes setores, as lideranças precisam garantir que o impacto causado pela operação de suas organizações no meio ambiente seja o menor possível. Para isso, é preciso revisitar planos táticos e reescrevê-los para que englobem escolhas de equipamentos, maquinários e matérias-primas com baixas emissões de carbono, uso de combustíveis mais limpos, reciclagem de componentes, contratação de fornecedores que também estejam alinhados a estratégia, entre outras ações. Apenas uma ação clara, coordenada e consistente por um período longo de tempo será capaz de gerar a redução necessária na emissão de CO2.