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A evolução da IA: transformando o varejo com estratégia

Foto: divulgação.

Por Manuel Centeno, cofundador e general manager Brasil da Yalo.

No varejo, a IA já está mudando o jogo. Desde melhorar a gestão de estoques até criar experiências de compra personalizadas, as empresas utilizam os dados fornecidos pela tecnologia para entender melhor seus clientes e oferecer soluções mais assertivas. Entre os muitos exemplos que já existem, podemos citar a automatização do atendimento e sistemas de recomendação de produtos com base no comportamento de compra de cada cliente.

Mas acho que muitas empresas ainda esquecem que para obter resultados concretos com IA em larga escala, é essencial definir o ritmo de adoção. Novos modelos de IA generativa surgem frequentemente, mas esse avanço nem sempre resulta em retorno sobre investimento.

Quase metade dos CIOs afirmam que a IA ainda não atendeu às expectativas de ROI, revelando um dilema para as empresas: equilibrar o potencial transformador com a necessidade de gerar valor real.

Podemos ver isso em dados recentes do Gartner de 2024: 74% dos CEOs acreditam que a IA terá um impacto significativo em suas indústrias, um aumento expressivo em relação aos 59% do ano anterior. Esse crescimento demonstra que a IA deixou de ser um diferencial para se tornar um fator determinante na competitividade do mercado. No entanto, as companhias precisam entender que adotá-la estrategicamente exige mais do que entusiasmo.

Naturalmente, a implementação bem-sucedida varia conforme o perfil da organização. Algumas adotarão uma abordagem mais estável, focada em desenvolvimento gradual, enquanto outras seguirão o modelo acelerado, buscando crescimento exponencial e inovação rápida.

Essa escolha depende não apenas do apetite por risco, mas também da maturidade organizacional, da capacidade de adaptação e da clareza estratégica sobre o papel da IA no futuro do negócio. O sucesso dependerá da capacidade de transformar hype em impacto real.

Em uma posição de General Manager de uma empresa de tecnologia no Brasil, acredito ser extremamente relevante reforçar que o foco da IA não deve ser substituir pessoas, mas potencializar suas habilidades.

Na Yalo, acreditamos que ao automatizar tarefas repetitivas, como visitar loja por loja para tirar pedidos, a IA libera colaboradores para atividades mais consultivas e estratégicas, como identificar oportunidades e estreitar o relacionamento com o cliente. A tecnologia atua como aliada, complementando habilidades humanas e aumentando a eficiência.

Para maximizar a produtividade, é essencial integrar ferramentas de IA ao fluxo de trabalho, controlar custos e garantir previsibilidade financeira, assim como ocorre com investimentos em nuvem. Um modelo sólido de governança e confiança é também muito importante, incluindo um time dedicado à IA responsável, um comitê central e comunidades de prática para garantir segurança e conformidade.

Além disso, é fundamental um gerenciamento de mudanças que considere as diferentes reações dos colaboradores, assegurando uma transição bem orientada.

Todo este cuidado é para evitar problemas futuros. Empresas que adotam IA sem planejamento podem criar frustrações para clientes e colaboradores. Uma solução mal projetada pode resolver algumas questões, mas, em interações mais delicadas, a falta de um toque humano pode ser um problema.

Quando bem aplicada, os resultados são muito claros e satisfatórios, elevando a experiência do cliente. Imagine um site de e-commerce que sugere produtos com base no histórico de compras. Isso não só aumenta as chances de venda, como também cria uma conexão mais próxima e personalizada com o cliente, que não deixa de ser uma pessoa que busca ter suas necessidades atendidas. Os dados gerados pela IA ajudam as empresas a tomarem decisões mais inteligentes e alinhadas ao comportamento do consumidor.

Sem dúvida, a grande lição é buscar equilíbrio. A IA deve potencializar o que as pessoas já fazem, e não substituí-las. O futuro do varejo e do e-commerce depende de soluções que valorizem as relações humanas, promovam eficiência e mantenham o contato genuíno entre marcas e clientes.

Mais do que enxergar a IA como uma revolução, é hora de abraçá-la como uma evolução natural. Quando usada com planejamento e foco nas pessoas, ela pode transformar o varejo de forma positiva, criando valor real e duradouro tanto para empresas quanto para clientes.

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