Faz algum tempo que minhas colunas por aqui tem sido sobre mudanças ou sobre comportamentos possíveis do mercado publicitário e, sem dúvida, estamos vivendo tempos em que a imprevisibilidade tem sido uma adversária que precisamos cada vez mais desenvolver como uma aliada.
Novos tempos, exigem de nós novas coragens. Por isso, é necessário, por vezes, olharmos para nossas caixinhas de repertório, histórias e habilidades para compreender se ainda serão suficientes para lidarmos com os cenários presentes. É um erro comum, estarmos no modo automático e, de repente, sermos atropelados por não percebemos movimentos necessários. Para não precisar correr esse risco, fiz esse trabalho interno recentemente: no início desse mês, depois de meses de planejamento, me movi para o conselho da empresa, enquanto uma nova CEO assume a cadeira que estive durante os últimos 05 anos.
Claro que dá um frio na barriga, mas, no entanto, os grandes movimentos são necessários para que os negócios possam continuar se transformando e prosperando, da mesma forma que se aplica a nós como líderes e seres humanos. O fato é que tudo que é vivo, sempre está em transformação.
Compartilhar a ideia de mudanças, transformações e o meu movimento na B.done e como investidoras em outras empresas, além de escritora, é para contar que ampliaremos nessa coluna as discussões para além do mercado publicitário para abraçar uma pauta maior: a indústria criativa e o papel fundamental que ela tem no desenvolvimento e na economia do nosso país.
Para termos uma ideia, a indústria criativa representa atualmente 3,11% do PIB nacional e movimenta mais de R$ 230 bilhões, segundo o Observatório Itaú Cultural. Com cerca de 7,4 milhões de empregos formais e informais, o setor abrange atividades como design, audiovisual, moda e música, destacando-se pela capacidade de gerar riqueza, inovação e inclusão social. Projeções indicam que até 2030 a economia criativa deverá criar mais de 1 milhão de novos empregos, reforçando sua relevância no mercado de trabalho e sua contribuição para a diversificação econômica.
É perceptível que nosso famoso “borogodó” brasileiro, mais do mover nossa cultura, é também carregado de oportunidades grandiosas para nossa economia e o desenvolvimento de talentos e estruturação de novas empresas para moldar e estruturar constantemente essa indústria. O certo é que não faltará pano para manga para nossas próximas conversas.