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Por que fundos de investimentos e VC deveriam apostar em startups que possuem comunidades?

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Foto: divulgação

Por Jen Medeiros, CEO da comuh.

O conceito de comunidade tem ganhado cada vez mais relevância no ecossistema corporativo e, especialmente, no radar de fundos de investimento e Venture Capital (VC). O que antes era visto como uma estratégia de marketing ou branding, hoje se revela como uma vantagem competitiva poderosa e estratégica. Startups que constroem comunidades oferecem um modelo de crescimento mais resiliente e sustentável, algo extremamente valioso para quem investe em inovação e escalabilidade.

Fundos de investimento e VCs, que antes priorizavam métricas puramente financeiras, como receita recorrente, crescimento exponencial e margem bruta, agora passam a considerar a força da comunidade como um ativo central. Isso porque uma base de usuários engajada contribui diretamente para a redução do custo de aquisição de clientes (CAC), aumento do lifetime value (LTV) e maior previsibilidade de receita — elementos fundamentais para a tese de investimento em negócios sustentáveis no longo prazo.

Startups com comunidades ativas conseguem transformar seus clientes em defensores da marca, criando um verdadeiro exército de promotores orgânicos. Esse fenômeno reduz a dependência de investimentos pesados em publicidade paga e impulsiona um crescimento mais orgânico, pautado no boca-a-boca e na recomendação espontânea. Para investidores, isso representa uma menor necessidade de capital para tração e uma curva de crescimento mais saudável.

Ademais, a comunidade atua como um mecanismo de retenção natural. Modelos de negócios baseados em recorrência, como SaaS, marketplaces ou assinaturas, se beneficiam especialmente desse fator. Além disso, a fidelização proporcionada por uma comunidade engajada gera estabilidade e resiliência, mesmo em momentos de instabilidade econômica ou mudanças no mercado.

A presença de uma comunidade forte também mitiga riscos de longo prazo. Startups que constroem conexões reais com seu público desenvolvem um “colchão de confiança” que as protege contra crises, concorrência agressiva e mudanças de comportamento dos consumidores. Para os VCs, esse tipo de ativo intangível — mas mensurável — pode ser o diferencial entre uma startup promissora e uma empresa preparada para se tornar um case de sucesso.

Portanto, fundos de investimento e VCs deveriam não apenas considerar a existência de uma comunidade como parte da análise de due diligence, mas também fomentar essa construção dentro de seus portfólios. Apoiar a estruturação de estratégias de engajamento, oferecer recursos para líderes comunitários e promover conexões entre as empresas investidas são formas de gerar valor agregado e aumentar o retorno sobre o investimento.

Por fim, a aposta em startups com comunidades não é uma tendência passageira — é uma evolução na forma de enxergar valor. Investir em negócios que colocam as pessoas no centro da estratégia é, cada vez mais, um investimento em crescimento sustentável, lealdade e impacto real.

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