Estar no Web Summit Rio é como assistir ao futuro acontecer em tempo real, só que com sotaque brasileiro, calor humano e happy hour embalado por samba e cerveja gelada. A edição de 2025 consolidou de vez o evento como um dos principais palcos globais de inovação, tecnologia e negócios, reunindo mais de 34 mil pessoas, 1.000 startups e empresas como OpenAI, TikTok e Nvidia para discutir e provocar os próximos passos do mundo conectado.
Entre os temas mais debatidos, a inteligência artificial brilhou sem moderação. De agentes de IA embarcados em produtos a robôs com autonomia operacional, ficou claro que já não falamos mais de futuro distante, mas de presente em adaptação. A questão deixou de ser se vamos usar IA e passou a ser como, com que critério e em quais relações de confiança. A regulação e os dilemas éticos ainda são uma preocupação e a tecnologia corre à frente da legislação em praticamente todos os países. Mas, ao contrário do tom alarmista de outros eventos, o Web Summit Rio apresentou um debate mais equilibrado: entre potência e responsabilidade, entre encantamento e limites.
Outro ponto que ganhou destaque foi o comportamento digital brasileiro, que já dita tendências globais. No painel “Do WhatsApp à IA: os novos atalhos entre marcas e pessoas”, ficou evidente como o Brasil é um dos poucos mercados onde o mobile-first virou mobile-only, e onde canais como o WhatsApp se tornaram verdadeiras centrais de negócio do SAC à finalização da compra. Um terreno fértil para soluções de IA que otimizem jornada, reduzam atrito e aumentem conversão, especialmente para negócios que atuam em mercados emergentes.
As startups brasileiras, deram show. Entre pitches, conexões e premiações, ficou clara uma maturidade nova no ecossistema: menos modismo, mais propósito. Da automatização de cotações farmacêuticas ao uso da IA para apoiar o neurodesenvolvimento infantil, vimos a tecnologia aplicada com empatia, escala e visão de impacto. A inovação não veio só no código, mas no contexto.
E se ainda pairava alguma dúvida sobre o papel do Brasil nesse tabuleiro, o anúncio do “Rio AI City” veio para sacramentar o movimento. Um campus de inovação com foco em inteligência artificial, com 3 gigawatts de energia limpa até 2032, para posicionar o Rio entre os maiores hubs de IA do mundo. Um projeto ambicioso, mas possível. Porque o que vimos nessa edição foi mais do que um evento: foi um sinal claro de que o Brasil deixou de ser consumidor de tendências e começou a protagonizar transformações.
Entre os corredores do Riocentro e os palcos iluminados e múltiplos sotaques, ficou evidente que quem não está discutindo inovação agora, já está ficando para trás. E que o marketing, a comunicação, os negócios e a tecnologia não andam mais em linhas paralelas eles se entrelaçam o tempo todo, moldando comportamento e criando futuros possíveis.
O Web Summit Rio 2025 terminou, mas a provocação continua: e agora, o que você vai fazer com tudo isso?