Por Alex Tabor, CEO da Tuna.
O Pix automático vai revolucionar a maneira como o mercado lida com cobranças recorrentes no Brasil, e as orquestradoras de pagamentos desempenham um papel fundamental nesse cenário.
Ao contrário da integração direta com bancos, muitas vezes complexa e limitada, essas gateways oferecem uma solução ágil e eficiente, permitindo que negócios de todos os portes acessem diversos fornecedores de Pix automático com uma única integração. A flexibilidade apresentada não só reduz custos operacionais, como garante maior resiliência ao sistema.
Na empresa que lidero, por exemplo, a tecnologia monitora constantemente o desempenho dos fornecedores, realizando automaticamente a troca para um provedor alternativo em caso de instabilidades, um diferencial crítico para negócios que dependem de recebíveis previsíveis, tudo sem qualquer impacto ou ação necessária por parte do cliente final.
Desafios e diferenciais do Pix automático
Um dos maiores desafios técnicos do Pix automático é lidar com situações nas quais o pagador não tem saldo suficiente ou quando o valor excede o limite pré-definido. O sistema realiza até três tentativas de cobrança em dias alternados em uma janela de sete dias após a data agendada, aumentando significativamente as chances de sucesso.
Quando mesmo assim o pagamento não é concluído, é essencial comunicar-se com o cliente e oferecer alternativas como links de pagamento com opções de cartão de crédito ou NuPay. A abordagem não só minimiza a inadimplência, como também melhora a experiência do usuário, que pode escolher a forma mais conveniente para quitar a dívida.
Agora, quando comparado a métodos tradicionais, as vantagens competitivas do Pix automático são evidentes. Enquanto boletos exigem ação manual do pagador com custos variáveis de R$ 1,50 a R$ 9,00 por transação, o Pix é liquidado instantaneamente, 24/7, incluindo finais de semana e feriados, um contraste marcante com os dois a sete dias úteis dos boletos ou 30 dias do cartão de crédito.
Para valores altos como alugueis ou mensalidades escolares, a economia com taxas é ainda mais significativa frente aos percentuais cobrados pelos cartões. O débito automático, por sua vez, enfrenta a complexidade de integrações bancárias específicas.
Assim, o Pix automático surge assim como alternativa mais barata, rápida e eficiente, especialmente para otimizar fluxo de caixa.
Inclusive, setores como educação, utilities e assinaturas têm maior potencial de adoção do método, mas toda cobrança periódica pode se beneficiar.
É importante notar que enquanto novos negócios adotam o Pix automático como primeira opção, a migração de bases consolidadas será gradual, especialmente relevante para empresas com cobranças de baixo valor, onde a economia com taxas se mostra mais impactante.
A segurança é outro diferencial: cada transação é autenticada pelo banco pagador com senha ou biometria. Isso garante que quem autoriza o Pix automático é de fato o proprietário da conta bancária utilizada. Também permite ao pagador configurar um limite máximo para a cobrança, que o débito automático e pagamento com cartão de crédito tradicionalmente não oferecem.
Método de pagamento que complementa
No futuro, o Pix automático tende a complementar o cartão de crédito (que segue atraente por benefícios como pontos), mas deverá substituir progressivamente boletos e débitos automáticos.
Além das cobranças recorrentes, aplicações como alugueis e pró-labore também se beneficiam.
Para pequenos negócios ainda relutantes, a mensagem é clara: a economia com taxas e a melhoria no fluxo de caixa pela liquidação imediata são vantagens competitivas que nenhum empreendedor pode ignorar.
O Pix automático não é apenas uma evolução tecnológica, é a nova base para uma gestão financeira eficiente no Brasil.