Por Alex Marques, diretor comercial da Data System.
A escassez de mão de obra qualificada vem se apresentando como um dos principais desafios enfrentados pelo varejo brasileiro.
Segundo pesquisa citada por uma matéria do Estadão, 70% dos empresários do setor relatam dificuldades para contratar profissionais, especialmente para cargos operacionais, como vendedores e atendentes.
Nos últimos meses, esse tema ganhou força entre lojistas de diferentes portes, especialmente no segmento de moda e calçados, que historicamente depende de equipes amplas para manter a operação das lojas físicas.
Conversas frequentes com clientes da Data System revelam que a dificuldade vai além da contratação: ela se estende à retenção de talentos, sobretudo nas áreas de vendas. Encontrar profissionais comprometidos, com perfil adequado ao atendimento e dispostos a atuar no varejo físico tem se tornado uma missão cada vez mais complexa.
Esse cenário tem acelerado mudanças estruturais no modelo de operação das lojas. Diante da dificuldade de formar equipes robustas, muitos varejistas estão buscando maior autonomia operacional, com menos dependência de pessoas para executar tarefas do dia a dia. E é justamente nesse contexto que a tecnologia ganha protagonismo.
A digitalização do varejo deixou de ser uma opção vantajosa para se tornar um imperativo operacional. Varejistas que enfrentam gargalos na gestão de pessoas estão adotando ferramentas que permitam reconfigurar o funcionamento das lojas, reduzindo a necessidade de equipes grandes e, ao mesmo tempo, mantendo a qualidade da experiência de compra.
Na prática, isso significa mais investimento em soluções como self-checkout, mobilidade no ponto de venda e sistemas de gestão integrados (ERP).
O self-checkout, por exemplo, tem se destacado entre nossos clientes como uma alternativa eficiente para otimizar o fluxo no caixa, permitindo que o próprio consumidor finalize sua compra sem a mediação de um atendente. A funcionalidade não apenas desafoga a operação, como também amplia a capacidade da loja de lidar com horários de pico sem aumentar o número de funcionários.
Outro avanço está na mobilidade de vendas. A possibilidade de realizar atendimentos via dispositivos móveis, sem necessidade de estações fixas ou filas, tem trazido ganhos expressivos de agilidade e praticidade, liberando recursos humanos para atuar em outras atividades e melhorando a jornada de compra para o cliente final.
Eficiência com times enxutos: um caso prático
Há poucos meses, uma rede varejista parceira da Data System substituiu sua solução de checkout mobile por uma plataforma mais leve e integrada ao nosso sistema. A mudança aconteceu em plena alta temporada, e o resultado foi uma operação mais fluida, com redução no tempo de atendimento e menor necessidade de pessoal para o fechamento das compras.
Esse é apenas um exemplo de como a tecnologia pode mitigar os efeitos da escassez de profissionais e também contribuir para a escalabilidade do negócio com estruturas mais enxutas e inteligentes.
Em outros casos, clientes que antes dependiam de planilhas e controles manuais em diversas áreas, especialmente no administrativo, conseguiram centralizar e automatizar processos, realocando colaboradores para frentes mais estratégicas.
O uso de soluções tecnológicas voltadas à gestão do varejo não substitui o fator humano, mas oferece aos lojistas a possibilidade de fazer mais com menos, uma equação fundamental em um momento de restrições no mercado de trabalho.
Nossa experiência, acompanhando o varejo de moda há 30 anos, mostra que é possível transformar a escassez em oportunidade: ao digitalizar processos e ampliar a autonomia operacional das lojas, os varejistas conseguem estar melhor preparados para enfrentar a ausência de mão de obra qualificada e também construir uma base mais resiliente e preparada para o futuro.