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Saúde mental nas empresas: mais que exigência legal, bem-estar é diferencial competitivo

Foto: divulgação

Por Juliana Romantini, treinadora de corpo e mente e especialista em mindfulness, com 25 anos de experiência em desenvolvimento e aplicação de programa de saúde e bem-estar corporativo.

A saúde mental no ambiente de trabalho nunca foi tão discutida como agora. Com a recente atualização da Lei 14.311/2022 e da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), as empresas brasileiras devem começar a implementar, a partir de 26 de maio de 2025, planos estruturados em caráter educativo e orientativo, incluindo identificação e avaliação de fatores de risco psicossociais,  para garantir um ambiente de trabalho psicologicamente saudável. Essa mudança é uma resposta à crescente crise de saúde mental entre trabalhadores: em 2024, quase meio milhão de profissionais foram afastados por transtornos mentais, segundo o Ministério da Previdência Social.

O impacto desses afastamentos vai muito além dos prejuízos financeiros. Uma empresa pode estar “doente” sem perceber, com equipes sobrecarregadas, produtividade em queda e um clima organizacional comprometido. O problema não começa no momento do afastamento, mas nos meses de luta silenciosa dos profissionais contra o esgotamento. Por isso, é imprescindível que as organizações não apenas cumpram as novas exigências legais, mas criem ambientes mais saudáveis, humanos e produtivos, adotando uma abordagem integrativa, que trate do corpo e da mente, e com isso, promova o bem-estar genuíno de seus colaboradores.

A integração entre saúde física e mental tem se mostrado uma estratégia eficaz na prevenção de afastamentos e no aumento da produtividade. Estudos recentes da GoGood revelaram que empresas que investiram em programas estruturados de bem-estar entre 2022 e 2024 economizaram cerca de R$ 14 milhões. Iniciativas como mindfulness, grupos de corrida e programas de atividade física vêm gerando impactos positivos na saúde mental e no engajamento profissional.

Enquanto muitas organizações ainda foquem apenas em soluções paliativas, há iniciativas que comprovam que é possível obter uma mudança real e duradoura na cultura da empresa quando se adota um plano sustentável, que ajude os colaboradores e líderes a gerenciar o estresse, lidar com conflitos internos interpessoais e ter mais equilíbrio na vida pessoal e profissional.  

Com a nova regulamentação, cuidar da saúde mental dos colaboradores não será apenas um diferencial competitivo, mas uma necessidade legal. No entanto, as empresas que enxergarem essa mudança como uma oportunidade para transformar sua cultura organizacional, colherão benefícios muito além da conformidade com a lei.

Afinal, equipes saudáveis são mais produtivas, criativas e engajadas. Ao investir em saúde integral, as organizações criam ambientes sustentáveis, fortalecem sua reputação e reduzem custos em longo prazo.

A transição para um ambiente corporativo verdadeiramente saudável exige comprometimento e um olhar atento para o bem-estar. Mas, quando feita com metodologia e propósito, os ganhos são imensuráveis, tanto para os colaboradores quanto para a empresa como um todo.

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