Por Silas Colombo, fundador e CCO da MOTIM.
Pense no nosso corpo. Se pararmos de nos cuidar, deixando de nos alimentar bem ou de nos exercitar, ele começa a enfraquecer e adoecer. Sem manutenção constante, a estrutura que nos mantém saudáveis se deteriora.
Isso é entropia: a tendência natural de tudo ir do estado organizado para o desorganizado, a menos que haja um esforço contínuo para manter a ordem.
Agora, pense em uma empresa. Se os gestores não estiverem atentos e não derem direcionamentos estratégicos, os processos começam a se confundir. As pessoas perdem clareza sobre suas funções, projetos estagnam e, com o tempo, a empresa se torna ineficiente.
Mas, quando há liderança ativa e uma rotina de organização e ajustes, a engrenagem corporativa continua girando e gerando resultados.
O mesmo acontece com a reputação de uma marca. Diferente do que muitos imaginam, reputação não é algo estático, ela precisa de manutenção constante. Pausas no investimento em relações públicas ou uma comunicação intermitente fazem com que a percepção construída se dissipe.
No silêncio, a narrativa deixa de ser moldada pela empresa e passa a ser preenchida pelo mercado, e nem sempre da forma desejada.
Marcas que se comunicam apenas em momentos esporádicos correm o risco de se tornarem irrelevantes ou, pior, serem lembradas apenas quando algo dá errado. A reputação, assim como a saúde e a eficiência organizacional, precisa ser cultivada com consistência.
Manter uma estratégia recorrente de comunicação e relacionamento com stakeholders é o que diferencia empresas que inspiram confiança daquelas que desaparecem no ruído do mercado.
Na contramão dessa entropia, empresas que colocam a gestão da reputação no centro da tomada de decisão e adotam uma estratégia de Reputation-Led Growth, transformam a inércia dos concorrentes em diferencial competitivo e vantagem financeira.
Elas não apenas evitam a corrosão da marca, mas a fortalecem continuamente, criando um ativo intangível que impacta diretamente a percepção de valor, a atração de clientes e investidores e a sustentabilidade do negócio no longo prazo.