Durante o RevOps Summit, evento que reuniu mais de 400 profissionais para debater a metodologia que está redefinindo a forma como empresas vendem, atendem e crescem, um dos destaques foi a participação de Marcão Andrade, CSO da 8D Hubify. Com um tom direto e acessível, ele conseguiu traduzir um conceito técnico em algo que todo mundo consegue entender e, mais importante, aplicar.
Mas afinal, o que é RevOps? É a sigla para Revenue Operations, ou Operações de Receita: uma abordagem estratégica que integra marketing, vendas e pós-vendas sob uma mesma lógica de processos e dados. O objetivo é alinhar toda a operação comercial em torno da jornada do cliente, otimizando cada ponto de contato para gerar receita com eficiência e previsibilidade.
A 8D Hubify tem sido um dos principais nomes por trás da implementação de RevOps no Brasil, tanto dentro de casa quanto em projetos com clientes como a Allu, que já colhe os frutos dessa transformação. A seguir, você confere um bate-papo no estilo ping-pong com Marcão, que explica por que RevOps não é só tendência , mas fundamento para integração de dados.
A gente ouve cada vez mais sobre RevOps, mas muita gente ainda não entende exatamente do que se trata. Se você tivesse que explicar esse conceito de forma simples, quase como para uma criança, como faria?
Marcão Andrade: RevOps é uma forma de olhar para duas coisas que mais importam em uma empresa. Cliente e receita, esses dois devem ser o centro da sua empresa. E se você cuida bem desses dois pontos, o resto dá pra ajeitar. É disso que se trata: conectar todas as áreas para garantir que esses dois pilares sejam preservados, fortalecidos e escalados.
E por que você acha que esse assunto está em alta agora?
Marcão: Porque finalmente se entendeu que crescimento sem eficiência não sustenta. RevOps traz uma visão unificada, baseada em dados, que conecta as áreas da empresa para que todas trabalhem com os mesmos objetivos e métricas. Isso deveria estar em hype há muito mais tempo, porque sem cliente e receita, não existe empresa.
Existe um formato pré-definido para aplicar RevOps?
Marcão: O que existe são dois blocos fundamentais: o primeiro é o modelo estatístico de dados, que define um funil padronizado, aplicável a qualquer negócio que tem cliente e receita. O segundo é o modelo dinâmico, que é como você opera esse funil — o famoso go-to-market. Isso envolve cadência, processos, integrações, tecnologia e, principalmente, previsibilidade. Na 8D Hubify, a gente segue os princípios da Winning by Design, que é uma das metodologias mais completas do mundo nesse campo.
Qual parte você considera a mais complicada no RevOps?
Marcão: O modelo de dados. Não existe uma única ferramenta que integre tudo. Você tem CRM, ERP, plataforma de marketing, atendimento, financeiro… e cada uma dessas ferramentas fala uma “língua”. Conectar, padronizar e dar sentido a esse volume de dados é o maior desafio. A gente vive isso internamente e nos projetos com clientes — como no próprio Consórcio Magalu, onde a integração estratégica do NPS com o CRM foi uma virada de chave para melhorar o relacionamento com clientes.
Existem exemplos lá fora que inspiram a aplicação da metodologia?
Marcão: A maior referência global é a Winning by Design, criada pelo Jacco, um holandês que escreveu os principais livros sobre RevOps. Ele transformou essa abordagem em algo replicável, com frameworks validados e foco em crescimento escalável. Essa base é o que a gente aplica hoje na 8D Hubify. Também acompanhamos benchmarks dos EUA e da Europa, onde empresas SaaS já tratam RevOps como função estratégica.
Há quanto tempo você trabalha com RevOps?
Marcão: São 8 anos. E a cada ano fica mais claro: quem não organiza sua operação com foco em cliente e receita, está ficando para trás. RevOps é um modelo centrado em dados, eficiência e experiência. E esse é o futuro das operações de crescimento.