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O que ainda impede muitas mulheres de prosperar nos negócios e como virar esse jogo

Foto: divulgação

De acordo com dados do Sebrae, divulgados em 2024, 10,3 milhões de mulheres estão à frente de empresas no país, representando aproximadamente 34% do total de empreendedores brasileiros.

A jornada de empreendedoras pode ser, muitas vezes, desafiadora, levando a decisões pouco estratégicas, que impactam o crescimento do negócio.

Pensando em auxiliar empresárias a reconhecerem os pontos que podem gerar bloqueios ou dificuldades, Tatyane Luncah, CEO e fundadora da Escola Brasileira de Empreendedorismo Feminino (Ebem), destaca os principais empecilhos e oferece dicas para aquelas que desejam seguir avançando com mais segurança e equilíbrio nos negócios.

O primeiro deles é a falta de educação empreendedora. Atualmente, muitas mulheres estudam e se capacitam para diferentes áreas, como saúde, educação, beleza ou moda, mas acabam deixando de lado o desenvolvimento de competências essenciais para empreender, como gestão financeira, liderança, marketing e planejamento estratégico.

“Esse despreparo compromete a sustentabilidade dos negócios e reforça barreiras que poderiam ser evitadas com acesso a conhecimento e formação empreendedora desde o início da jornada”, pontua.

Outro obstáculo recorrente é a sobrecarga invisível causada pela falta de uma economia do cuidado. Dados do IBGE de 2022 mostram que, no Brasil, as mulheres dedicam, em média, o dobro do tempo dos homens ao trabalho não remunerado, como cuidar dos filhos, de familiares e das tarefas domésticas.

Essa realidade impacta diretamente sua participação e ascensão tanto no mercado de trabalho quanto no empreendedorismo. O acúmulo de funções gera exaustão, reduz a produtividade e afeta a saúde emocional e o desempenho profissional.

“É fundamental que as mulheres entendam que não precisamos carregar o mundo nas costas. Dar conta de tudo sozinha não é sinônimo de força, e sim de exaustão iminente. Organizar e delegar tarefas, tanto na vida pessoal quanto profissional, é essencial para uma rotina saudável”, reforça.

Por fim, um ponto crucial é entender a importância de construir uma rede de apoio. Estar no mercado de trabalho e, mais ainda, liderar uma empresa, vai de encontro aos papéis historicamente atribuídos às mulheres. Por isso, é indispensável que quem já empreende, ou deseja empreender, busque se conectar com grupos, mentorias, palestras e eventos que fortaleçam o empreendedorismo feminino.

“Mulheres apoiam mulheres. Estar à frente de um negócio é uma conquista enorme e que precisa ser valorizada. Ter uma rede de apoio, tanto nos bons quanto nos maus momentos, faz toda a diferença. Empresárias que se ajudam, crescem juntas”, conclui.

O segredo para um crescimento saudável como empreendedora é a consistência de identificar os padrões que te limitam e agir com intencionalidade.

“Negócios de sucesso não são construídos apenas com estratégia de marketing ou planilhas bem feitas, eles exigem autoconhecimento, saúde emocional e coragem para ajustar a rota sempre que necessário. Quando entendemos que cuidar de nós mesmas, dos nossos processos e das relações que sustentam o negócio é também uma estratégia de crescimento, nos alinhamos a uma nova lógica de prosperidade, aquela onde a economia do cuidado se torna um pilar tão relevante quanto qualquer métrica financeira”.

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