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Planejamento contábil bem executado amplia vantagem competitiva entre empresas

Foto: divulgação.

Por Silvinei Toffanin, fundador e sócio da DIRETO Group.

O dinâmico e imprevisível ambiente de negócios brasileiro, como se sabe, é marcado por algumas características peculiares, caso da alta carga tributária, das frequentes mudanças regulatórias e da acirrada concorrência. Por conta disso, a sobrevivência e o crescimento das empresas dependem de uma prática estratégica: o planejamento contábil. Essa ferramenta se consolidou como ponto decisivo para alavancar a competitividade das companhias.

É interessante notar, como a contabilidade era encarada, na maioria das empresas, como um mero instrumento de apuração de tributos e cumprimento de obrigações acessórias. Essa visão, infelizmente, atrasou o desenvolvimento de uma cultura de gestão baseada em dados e análises financeiras consistentes.

Hoje, essa mentalidade vem sendo modificada. Afinal, empresas que adotam o planejamento contábil estratégico perceberam o quanto conseguiram transformar seus dados financeiros em insights poderosos para tomada de decisão, alocação eficiente de recursos, redução de custos e maximização de resultados.

Um bom planejamento contábil proporciona que os negócios alcancem a desejada eficiência tributária, ponto que contribui sobremaneira para um destaque de competitividade no mercado. Como o Brasil possui um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, é comum encontrar empresas que pagam mais tributos do que deveriam por pura falta de planejamento.

A escolha do regime tributário adequado (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real), o correto enquadramento fiscal e o aproveitamento lícito de incentivos e créditos tributários podem significar uma diferença expressiva na lucratividade. Ou seja, o erro custa caro e o acerto gera uma vantagem competitiva direta.

Outra vantagem de planejar a contabilidade vem com a previsibilidade financeira, aspecto essencial em um ambiente marcado pela volatilidade econômica. Com uma visão clara do fluxo de caixa, margens de lucro e estrutura de custos, o gestor pode agir com rapidez e segurança frente às oportunidades e riscos do mercado.

Na mesma esteira, temos a questão da transparência e da governança corporativa. Empresas com uma contabilidade bem estruturada transmitem mais confiança a investidores, instituições financeiras e parceiros de negócios. Dessa forma, conseguem aumentar suas chances de acesso a crédito com melhores condições, atraem investidores e estão mais preparadas para processos de fusões e aquisições.

Apesar de todos esses benefícios, ainda há empresários que resistem a investir na contabilidade estratégica como ferramenta de crescimento. Essa mentalidade precisa ser transformada com urgência, visto que o planejamento contábil reflete a inteligência competitiva dos negócios. Quando bem executado, ele antecipa problemas, identifica oportunidades, sustenta decisões estratégicas e fortalece a perenidade do negócio.

Em um país como o Brasil, onde as incertezas externas muitas vezes superam as internas, a empresa que domina seus números está um passo à frente. O planejamento contábil é, portanto, a ponte entre a gestão reativa e a gestão estratégica. Entre a sobrevivência e o crescimento sustentável.

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