Por Ewerton Camarano, CEO da Uliving.
Os jovens que ingressam nas universidades normalmente ouvem que estão prestes a passar por um dos “momentos mais importantes das suas vidas”. Aqueles que dizem isso estão certos, porque o período universitário é tanto uma fase de desenvolvimento pessoal, quanto profissional. E por isso também precisamos encarar o local onde moram nessa fase como uma escolha muito relevante, já que são espaços que conversam com essas duas jornadas de preparação.
Antes de mais nada, vamos ilustrar o cenário: a 15ª edição do “Mapa do Ensino Superior no Brasil”, do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior), revela que 50,7% do total de matrículas (quase 10 milhões) nas faculdades, centros universitários e universidades são para cursos presenciais. Já o “Censo de Educação Superior de 2023” estima que cerca de 1,4 milhão de alunos matriculados nessas categorias de graduação se mudam das cidades de origem para estudar.
Casos como esse exemplificam bem o início de uma nova jornada. As pessoas que saem de casa estão transferindo uma responsabilidade que antes era dos pais para elas mesmas. Ou seja, há uma necessidade praticamente imediata de desenvolver mais autorresponsabilidade e autonomia, características que lá na frente permitirão que cresçam de forma integral: como estudantes, profissionais e cidadãos.
Pensando nisso, não há como a moradia estudantil ser apenas um teto. Seja o lugar que for, esse ambiente deve ser um centro de aprendizado e evolução para todas as esferas da vida do jovem, conciliando independência, comodidade e, acima de tudo, bem-estar e pertencimento.
Vamos trazer um exemplo simples, mas significativo: pense em um espaço com uma boa cozinha, que garanta que o jovem possa cozinhar no dia a dia. Em uma primeira impressão parece algo banal, porém, com essa área, o morador pode desenvolver hábitos alimentares saudáveis, que são mais do que fundamentais não apenas para ir bem nas provas, mas para a saúde física e mental.
Ou ainda podemos ir para o lado da localização. Se for em um lugar estratégico, com fácil acesso aos campus universitários, transportes públicos, lojas e restaurantes, o estudante encontra o equilíbrio perfeito. Por um lado, ele consegue focar e se dedicar aos estudos; por outro, pode ter um cotidiano otimizado e tranquilo, ou até buscar o seu primeiro estágio em um polo empresarial a poucos quilômetros de distância. As demandas e atividades se interconectam, criando um ciclo orgânico de preparação completa.
Conexões e networking
Outro ponto que a moradia estudantil impacta diretamente na formação dos jovens como pessoas e profissionais é a vida em comunidade. A convivência com quem está passando por essa mesma fase é um ponto-chave de desenvolvimento, impulsionado em ambientes como áreas comuns pensadas e projetadas para o público universitário e em fase inicial de carreira como coworking e sala de estudos 24h, espaços de lazer e serviços, eventos e festas.
Ou seja, mais do que quartos e apartamentos bem equipados, uma moradia estudantil com locais “vivos” é transformadora. A questão integrativa, tanto no sentido do networking quanto da formação de relações interpessoais, é colocada em primeiro plano, de modo que o jovem realmente possa desenvolver habilidades de relacionamento, comunicação, negociação, empatia, disciplina, trabalho em equipe e resolução de conflitos. É o lugar perfeito para expandir a visão de mundo e ampliar as possibilidades e horizontes de estudos.
Levando em conta que a fase universitária sempre reservará surpresas e desafios, especialmente para aqueles que estão longe dos familiares, o amparo de uma rede de apoio também é um aspecto que faz toda a diferença. As pessoas que vivem ao redor do estudante, aos poucos, se tornam uma espécie de família, podendo ser essenciais tanto para os momentos bons, quanto difíceis, além de estimularem estudos e discussões, criando uma verdadeira rede de networking profissional também.
Não se trata só de uma solução residencial. Morar em uma residência estudantil realmente contribui de forma prática e emocional para os jovens, preparando cada um deles para uma longa carreira e para tudo o que a vida adulta estiver guardando. Todas as experiências são válidas, mas, definitivamente, escolher bem é um fator que ajuda a definir o futuro.