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IA para o bem de todos: o que nem todo mundo viu na cúpula dos Brics

Foto: divulgação

Enquanto os holofotes da cúpula dos Brics, realizada no Rio de Janeiro, estavam voltados para questões urgentes como a guerra na Ucrânia e as novas tarifas do comércio internacional, um ponto relevante para o futuro também entrou em pauta, mas não recebeu a mesma cobertura: a governança da inteligência artificial.

A cúpula dos Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que agora se amplia com a entrada de novos países – é um dos fóruns multilaterais mais importantes da atualidade. O encontro deste ano reuniu líderes de Estado, ministros e especialistas para discutir temas de interesse global em geopolítica, economia e inovação.

Entre as pautas debatidas, um tema de impacto silencioso, mas estratégico, ganhou espaço: como direcionar o uso da inteligência artificial em benefício da sociedade. Como defendeu a ministra brasileira da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, é preciso pensar na inteligência artificial em benefício de todos. Não é apenas um desejo individual. É uma necessidade urgente diante do avanço acelerado dos algoritmos em áreas sensíveis como saúde, educação, justiça e crédito.

É nesse cenário que o Brasil lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), conhecido justamente como “IA para o Bem de Todos”. O plano apresenta cinco eixos estratégicos e 54 ações concretas para impulsionar o desenvolvimento tecnológico com foco em inclusão, sustentabilidade e responsabilidade ética. É um movimento decisivo para consolidar a soberania digital do país e garantir que a inovação sirva ao interesse coletivo.

Mais do que diretrizes, o PBIA já está gerando resultados. A Paipe, empresa que dirijo, integra esse esforço. Ao lado da Finep e da ANS, estamos desenvolvendo uma tecnologia baseada em IA para automatizar os processos de ressarcimento dos planos de saúde. Isso significa mais eficiência para as operadoras e, principalmente, mais agilidade e qualidade para os cerca de 52 milhões de brasileiros que utilizam saúde suplementar.

Essa é apenas uma das muitas aplicações possíveis da IA voltada ao bem comum. Para que o PBIA alcance seu pleno potencial, ele precisa ser mais conhecido e amplamente discutido. Quanto mais sociedade, setor produtivo e governos se engajarem, maiores as chances de construirmos uma inteligência artificial alinhada aos nossos valores e prioridades. 

Inovação, no Brasil, precisa rimar com inclusão.

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CEO da Paipe Tecnologia e Inovação.

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