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Data center: como a localização influencia o desempenho da sua operação

Foto: divulgação.

Por Julio Dezan, diretor de operações da EVEO.

A escolha da localização de um data center sempre foi importante, mas hoje ela pesa mais do que nunca. A localização influencia diretamente todo o ecossistema de TI: da velocidade de resposta ao suporte técnico, à segurança dos dados, aos custos e à capacidade de crescimento.

Nos últimos anos, muitas empresas apostaram nas grandes clouds globais como caminho natural. No entanto, em determinadas realidades de operação, esse modelo começou a apresentar desafios, como custos imprevisíveis, suporte distante, contratos menos flexíveis e entraves com legislações internacionais.

Esses fatores têm levado cada vez mais organizações a repensarem o equilíbrio entre centralização e regionalização da sua infraestrutura digital.

Esse movimento já é visível nos números. Segundo a IDC, em 2024, dois terços das empresas brasileiras sinalizaram a intenção de trazer suas operações digitais de volta para estruturas mais próximas, em busca de mais controle, agilidade no suporte e conformidade com a realidade local.

Mesmo que tudo pareça acontecer “na nuvem”, os dados trafegam por caminhos físicos. E, quanto mais distante estiver o data center, maior o tempo que essa informação leva para ir e voltar. Esses milissegundos se acumulam e podem atrapalhar o funcionamento de sistemas, integrações e ferramentas essenciais no dia a dia.

Quando o data center está fisicamente próximo do usuário final, especialmente com boa conexão local, a história muda. O acesso ao dado é mais estável, trafega de forma mais fluida e a performance melhora consideravelmente.

Isso é essencial para aplicações que precisam de respostas rápidas, como ERPs, e-commerces ou plataformas SaaS, que não podem falhar justamente nos momentos de maior demanda.

Ter o data center na mesma região traz vantagens práticas. O suporte técnico está no mesmo fuso horário, fala a mesma língua e, se for preciso, pode agir presencialmente com rapidez. Isso reduz ruídos na comunicação e acelera a solução de problemas, um diferencial enorme em ambientes que não podem parar.

Além disso, manter os dados hospedados no Brasil facilita muito a conformidade com a LGPD. As informações ficam protegidas por leis locais, sem depender de normas internacionais, que muitas vezes são complexas e desalinhadas com o contexto local.

E mais: os contratos são feitos em real, o que evita sustos com o câmbio, facilita o planejamento financeiro e torna tudo mais simples do ponto de vista tributário e jurídico.

Quando o data center está posicionado estrategicamente, ele vira uma base sólida para o crescimento. Isso significa mais rotas de rede disponíveis, espaço para expandir a operação e suporte para tecnologias como replicação entre regiões e virtualização. Tudo pronto para acompanhar o ritmo da sua empresa.

Com essa estrutura, é possível crescer sem precisar parar tudo ou reinventar a infraestrutura. A empresa pode escalar com segurança, de forma planejada e sustentável.

Em resumo, escolher onde sua infraestrutura vai rodar não é só uma decisão técnica. É estratégica. Afeta diretamente a qualidade do serviço, o controle sobre os dados, os custos da operação e até o ritmo de inovação do negócio.

Em um cenário onde a tecnologia está no centro de tudo, a localização do data center precisa estar no centro da sua estratégia digital.

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