Por Éric Machado, CEO da Revna Tecnologia.
Poucas inovações provocaram mudanças tão rápidas e profundas quanto a inteligência artificial. Atualmente, ela não é mais apenas uma promessa tecnológica ou um experimento de laboratório, mas uma força transformadora em negócios, mercados e na própria dinâmica do trabalho.
Empresas e profissionais estão diante de uma bifurcação clara: de um lado, aqueles que enxergam a IA como uma aliada capaz de ampliar produtividade, criatividade e competitividade; do outro, aqueles que a veem apenas como uma ameaça, gerando receio e resistência.
A diferença decisiva não está na tecnologia em si, mas na mentalidade adotada diante dessa revolução digital, na capacidade de aprender, se adaptar e reinventar processos e papéis.
Pesquisas da McKinsey e da PwC indicam que até 50% das tarefas realizadas atualmente podem ser automatizadas nos próximos cinco anos.
Esse cenário abre oportunidades inéditas para liberar tempo de profissionais, permitindo que se dediquem a atividades de maior valor estratégico e humano.
Na prática, vemos exemplos concretos na área da saúde, em que sistemas de IA auxiliam no diagnóstico, liberando médicos para se concentrarem em decisões complexas e no cuidado personalizado aos pacientes. O resultado é claro: quanto mais a tecnologia assume tarefas repetitivas, mais a inteligência humana precisa ser estratégica, empática e criativa.
Apesar do potencial, a adoção da IA ainda enfrenta resistência. Muitos temem a perda de empregos ou a substituição de talentos, uma preocupação legítima, mas que precisa ser equilibrada com uma visão de transformação. Estudos do Fórum Econômico Mundial indicam que a IA elimina sim postos de trabalho, mas não todos.
Até 2027, devem surgir 69 milhões de novas funções em todo o mundo, impulsionadas por tecnologia, sustentabilidade e mudanças demográficas, enquanto 83 milhões de empregos devem ser eliminados devido à automação, digitalização e mudanças de mercado.
Para as organizações, a inteligência artificial será um verdadeiro divisor de águas. Empresas que investirem em capacitação e integração da tecnologia aos processos humanos conquistarão diferenciais competitivos significativos, enquanto aquelas que resistirem à inovação correm risco de estagnação.
O maior desafio não está na tecnologia em si, mas na cultura organizacional, que deve reconhecer a IA como parceira na potencialização de talentos e não como ameaça ao crescimento.
Portanto, a transformação digital impulsionada pela inteligência artificial representa uma oportunidade única para líderes e profissionais se tornarem mais humanos, estratégicos e criativos.
O futuro do trabalho não será definido pela tecnologia, mas pela capacidade de quem a utiliza para gerar desenvolvimento pessoal, organizacional e social.
Investir em aprendizado contínuo, em uma cultura aberta à inovação e em parcerias estratégicas que conectem empresas às melhores soluções tecnológicas será decisivo para se destacar nessa nova configuração.