Pesquisar

Da era da atenção para a era da intenção

Foto: divulgação.

Por Carolina Fernandes, CEO da Cubo Comunicação.

Durante anos, o marketing operou com um único objetivo: capturar a atenção do público. Métricas como cliques, visualizações e curtidas dominaram os relatórios. Mas o cenário mudou.

A disputa por atenção se tornou barulhenta, superficial e, muitas vezes, ineficaz. E enquanto as marcas tentam gritar mais alto, o consumidor já mudou de estação.

O novo jogo é o da intenção. Não basta mais aparecer no feed. É preciso aparecer no momento certo, com a mensagem certa, para quem realmente está pronto para se mover. E isso exige muito mais do que criatividade exige inteligência.

Hoje, o consumidor toma decisões de forma silenciosa, pesquisando, comparando e validando por conta própria antes de interagir com qualquer marca.

Essa jornada invisível acontece fora dos funis tradicionais e, muitas vezes, sem deixar rastros diretos. O desafio das marcas é conseguir ler esses sinais fracos e construir presença de valor antes mesmo de serem procuradas.

Isso muda completamente o papel do marketing. Se antes a pergunta era “como gerar mais alcance?”, agora passa a ser: “como gerar mais relevância para quem já tem intenção?”.

E é aí que entram dados comportamentais, conteúdo de profundidade, canais de nutrição e estratégias de relacionamento que ultrapassam o óbvio.

Marcas que focam apenas em captação imediata acabam ignorando uma etapa valiosa da jornada: a construção da preferência.

Quem se antecipa, nutre e gera percepção de autoridade, sai na frente quando a decisão acontece. E na era da intenção, o timing faz toda a diferença.

Para isso, é preciso quebrar silos. Marketing, vendas e atendimento não podem mais trabalhar em blocos isolados. O cliente não enxerga departamentos, ele enxerga consistência (ou a falta dela). A intenção nasce da confiança, e confiança se constrói com coerência em cada ponto de contato.

Em vez de competir por segundos de atenção, talvez o desafio real seja estar presente, com propósito quando o consumidor estiver pronto para agir.

Compartilhe

Leia também