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People analytics: como transformar dados em estratégia?

Foto: divulgação.

Por Alexandre Kuntgen, partner da SolvePlan.

As pessoas são o principal capital que as organizações têm e, em tempos de crise, se tornam peças-chave para solucionar desafios.

Por isso, a análise de seus indicadores, desde a aprendizagem inicial até a curva de desempenho, é uma ação de extrema importância.

É nesse contexto que o People Analytics ganha protagonismo, tanto na gestão de pessoas quanto em tomadas de decisões estratégicas. Mas, será que as empresas compreendem, de fato, como transformar dados em estratégia?

Não é novidade que o RH deixou, há muito tempo, de ser uma área meramente operacional e burocrática, focada apenas em folha de pagamento e rotinas administrativas. Sua participação tem se tornado, cada vez mais, um agente estratégico para o crescimento da companhia.

Neste sentido, o People Analytics é um recurso que contribui para este movimento de transformação do setor, uma vez que se trata de uma abordagem que, com base nos dados dos colaboradores, torna possível entender o perfil das pessoas que trabalham na organização, identificar pontos fortes e fracos, bem como localizar gargalos que prejudicam o crescimento da empresa.

Olhar esses indicadores permite não apenas conhecer melhor a equipe, mas também mensurar a satisfação do colaborador e analisar se há diversidade do time, ou seja, se há equilíbrio entre gêneros, etnias entre outros fatores.

Ter esse conhecimento é o que contribui para que a organização aplique medidas que garantam desde uma maior retenção de talentos, até promover um melhor clima organizacional.

Como prova do impacto do People Analytics, uma pesquisa da HR Strategy mostrou que 67% das empresas que utilizam a ferramenta já perceberam ganhos na retenção de talentos e redução da rotatividade.

Isso mostra que investir na análise de dados não é mais algo opcional, mas essencial para garantir a sobrevivência do negócio.

Não à toa, outro estudo do Infojobs com 520 profissionais de RH revelou que 95,5% dos entrevistados consideram essencial ou muito relevante o uso de informações estruturadas para melhorar processos e construir experiências.

Corroborando ainda mais com esta tendência, um levantamento do LinkedIn com mais de 7 mil profissionais consultados em 35 países indicou que 73% das companhias pretendem priorizar soluções de análise comportamental e de movimentação de funcionários nos próximos cinco anos.

Os estudos citados ajudam a elucidar que o analytics, sem dúvidas, é o recurso com maior capacidade de mudar as realidades organizacionais.

Isso é, de nada adianta investir em estratégias, sem conhecer, a fundo, o seu negócio. Em se tratando das equipes, analisar os indicadores de cada membro é crucial, uma vez que, mesmo diante da atual era da transformação digital, as pessoas continuam sendo o centro do negócio.

No entanto, mesmo diante dos ganhos e vantagens do People Analytics, em muitas empresas, ainda falta adquirir maturidade neste tema.

A pesquisa da HR Strategy também apontou que, das empresas que utilizam a análise de dados, 27% ainda dependem de planilhas e 23% operam com funcionalidades limitadas nos sistemas. Isso mostra o desafio ainda enfrentado pelas organizações em utilizar o máximo potencial deste recurso.

É preciso enfatizar que nenhuma solução consegue sozinha mudar a realidade da companhia. Para isso, é necessário que a empresa abandone hábitos errôneos e esteja aberta a mudança de mindset.

Certamente, essa não é uma tarefa fácil, sendo assim, ter o apoio de uma consultoria especializada não apenas no sistema, mas em executar análises comportamentais, bem como financeiras, métricas de ganhos e perdas, é um importante diferencial na hora de transformar dados em estratégias.

Em um mercado que exige agilidade e precisão, as análises e interpretações erradas de dados se tornam um luxo que nenhuma empresa pode mais se dar.

O People Analytics, embora não seja uma ferramenta nova, continua se mostrando um recurso indispensável para promover uma melhor gestão de custos e equilíbrio entre os membros da equipe. Afinal, as pessoas são o centro do negócio e, quando bem monitoradas, garantem o crescimento da organização.

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