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IA não é mais privilégio das big techs e vira realidade em empresas de todos os portes

Foto: divulgação

Por Gustavo Caetano, CEO e fundador da Samba.

A inteligência artificial tem se tornado cada vez mais importante e prática, deixando, por exemplo, a robótica mais acessível e inteligente, ajudando o poder computacional a dar grandes saltos com chips avançados e computação quântica, e criando uma nova forma de pensar e executar infraestruturas tecnológicas. Tudo isso está resultando na democratização da IA e construção de um novo ambiente de competição, visto que, agora, seu uso não é mais exclusivo somente das empresas gigantes.

Segundo um estudo do Serasa Experian, 47% das PMEs (Pequenas e Médias Empresas) no Brasil já usam ou planejam adotar IA em suas operações. Já de acordo com a pesquisa “IA em micro, pequenas e médias empresas: tendências, desafios e oportunidades”, realizada pela Microsoft, as micro, pequenas e médias empresas brasileiras possuem uma visão positiva com relação aos potenciais da IA: 77% dos tomadores de decisão acreditam que ela agiliza os processos de suas empresas, e 75% das organizações entrevistadas disseram que estão otimistas sobre o impacto da IA em seu trabalho.

A tecnologia, portanto, deixou de ser promessa e virou ferramenta corporativa. Até pouco tempo atrás ela parecia distante, complexa demais e cara, mas, agora, já está mais acessível e sendo amplamente utilizada por companhias de todos os tipos e tamanhos. Isso se deve muito ao avanço dos modelos generativos, que causou a popularização das interfaces conversacionais e o acesso a APIs inteligentes, o que fez com que a IA se tornasse aplicável por qualquer empresa, em qualquer setor.

Como resultado dessa evolução, estamos vendo negócios pequenos escalarem de forma impensável graças a essa tecnologia. Um exemplo interessante é a Lovable, startup americana que usou IA para automatizar o desenvolvimento de software. A partir disso, saiu do zero para 43 milhões de dólares em faturamento anual, com menos de 20 pessoas na equipe. É o novo Davi vs. Golias – mas, nesse caso, o Davi está usando IA de forma estratégica.

Nesse contexto, é importante ressaltar que a IA não está transformando apenas o mercado de tecnologia. Na verdade, ela está afetando diversos segmentos, impactando como lidamos com atendimento, planejamento, marketing, finanças, RH e gestão como um todo.

Porém, não basta adotar a tecnologia de forma genérica esperando resultados extraordinários. O verdadeiro impacto vem quando a inteligência artificial é alimentada com os dados do seu contexto, da sua operação, dos seus clientes. Ou seja, é preciso implementar aquela que de fato faz sentido para cada negócio. Essa estratégia vai garantir que ela comece a gerar previsões precisas, automatizar decisões do dia a dia e sugerir caminhos que antes dependeriam de longas análises humanas.

Estamos presenciando uma descentralização do poder tecnológico. Agora, a inteligência artificial está ao alcance de pequenas e médias empresas que sabem onde querem chegar e enxergam na tecnologia uma aliada estratégica. Portanto, não se trata mais de “se” as empresas vão usar IA, mas de como vão aproveitar o seu potencial para transformar os negócios.

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