Por Carlos Henrique, COO da Frente Corretora.
Existe uma diferença brutal entre quem trabalha e quem empreende dentro da própria empresa. E essa diferença não está no cargo, no tempo de casa ou na idade. Está na mentalidade.
O intraempreendedorismo — a capacidade de empreender de dentro para fora — é a expressão máxima da mentalidade jovem C-Level que tanto defendo. É quando você encara cada projeto, cada desafio, cada oportunidade como se fosse o dono do negócio – mesmo sendo colaborador.
Pensando como Dono, agindo como Líder
Já vi talentos incríveis perdidos porque ficaram esperando alguém dar permissão para inovar. E vi outros que, mesmo em posições júnior, revolucionaram processos inteiros porque simplesmente não esperaram autorização para pensar grande.
O intraempreendedor não pergunta “isso é minha responsabilidade?”. Ele pergunta “como posso resolver isso?”. Não espera o briefing perfeito – ele identifica problemas que nem o mercado sabia que tinha e apresenta soluções. Essa é a mentalidade que separa quem executa de quem transforma.
Na empresa onde trabalho, incentivamos essa postura desde o primeiro dia. Porque sabemos que a inovação não vem necessariamente de quem tem mais tempo de experiência, mas de quem tem coragem de questionar o status quo.
O intraempreendedor enxerga oportunidades onde outros veem apenas tarefas. Ele conecta pontos que pareciam desconectados, propõe melhorias que ninguém pediu e assume riscos calculados porque entende que sem risco não há evolução.
É essa visão estratégica que transforma analistas em líderes, estagiários em agentes de mudança e executores em visionários.
A entrega que faz a diferença
Mas mentalidade sem execução é só teoria. O verdadeiro intraempreendedor entrega resultados que vão além do esperado. Ele não apenas cumpre metas – ele redefine o que é possível.
E aqui está o ponto crucial: empresas que não reconhecem e não alimentam essa mentalidade estão fadadas a perder seus melhores talentos. Porque quem pensa como dono eventualmente vira dono – seja da própria empresa ou de uma concorrente.
O mercado não precisa de mais executores. Precisa de mais disruptores internos. Pessoas que não se conformam com “sempre fizemos assim” e que têm a audácia de propor “e se fizéssemos diferente?”.