O natalense Victor Cornetta nunca acreditou que aprender fosse apenas decorar conteúdos ou passar horas mergulhado em livros.
Desde os tempos de colégio, enxergava o estudo como um processo de conexões, no qual fazia sentido organizar os conteúdos de forma lógica e estratégica. Não à toa tinha as melhores notas da escola.
Essa visão prática o levava a alcançar resultados acima da média sem abrir mão do equilíbrio entre rotina focada e vida pessoal. O que parecia apenas uma qualidade pessoal, acabou se transformando na base de uma metodologia única.
Durante a graduação em Engenharia Civil pela UFRN, Victor começou a dar aulas particulares e percebeu que a principal dificuldade dos estudantes não estava no conteúdo em si, mas na falta de clareza sobre como aprendiam.
A partir dessa constatação, aprofundou-se em pesquisas sobre tendências educacionais e consolidou os fundamentos de uma proposta própria: ensinar não apenas a matéria, mas também o processo de aprendizagem.
Com esse objetivo em mente, ele idealizou a Kaizen, startup de educação fundada em 2018 com investimento próprio, vindo de uma fonte pouco convencional: sua passagem como jogador profissional de pôquer.
Ele tinha um grande questionamento: se o professor ensina a disciplina, por que não ensinar o aluno a estudar também? Assim, estruturou uma mentoria personalizada, baseada em escuta ativa, construção de confiança e desenvolvimento de autonomia, totalmente online.
Nos primeiros anos, contou com a parceria do engenheiro civil Gustavo Peralba, cofundador da empresa. A dupla idealizou um modelo que unisse estratégia, tecnologia e personalização, características que diferenciam a Kaizen no mercado.
Depois, juntaram-se ao time Arthur Marques, Frederico Von Sosten e Guilherme Fortes, hoje responsáveis pelas áreas pedagógica e de expansão.
O grupo compartilha uma convicção: a educação só é transformadora quando conecta o aprendizado ao cotidiano de cada estudante.
Em poucos anos, a Kaizen ganhou escala. Atualmente, está presente em 12 estados brasileiros, com forte atuação nas principais capitais do Sudeste e Nordeste, somando 500 alunos ativos.
A startup projeta faturamento de R$ 3 milhões em 2025 e espera alcançar 2 mil alunos no ano seguinte, ajudando ainda mais jovens a desenvolver autonomia, confiança e hábitos de estudo que transformarão seu aprendizado e seu futuro.
Mais do que números, porém, o executivo insiste que o verdadeiro resultado é intangível: a confiança que cada aluno desenvolve ao perceber que é capaz de cumprir suas próprias metas semanais, registradas e acompanhadas em conjunto com sua família.
“Em japonês, Kaizen significa ‘mudança para melhor’ ou ‘melhoria contínua’. Esse é o nosso maior valor”, finaliza.