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Escalabilidade, custo e gestão: os pilares da plataformização da segurança de dados

Foto: divulgação

Por José Ricardo Maia Moraes, CTO da Neotel.

A transformação digital abriu portas incríveis para as empresas, mas também trouxe um desafio enorme: como proteger tantas informações? Com a adoção de várias nuvens, a explosão na quantidade de dados e um emaranhado de regras para seguir, a segurança digital deixou de ser só uma questão técnica para se tornar um pilar estratégico. Afinal, uma falha pode custar caro, manchar a reputação e até travar a inovação.

E não é só uma sensação: um estudo com profissionais de TI da América Latina mostrou que quase metade deles (49%) acha proteger dados na nuvem mais complexo do que nos sistemas tradicionais. Isso comprova o quanto é desafiador gerenciar a segurança quando as informações estão espalhadas por tantos ambientes diferentes.

O impacto da fragmentação de sistemas

No entanto, o desafio transcende a tecnologia. Muitas organizações ainda operam com um mosaico de sistemas desconectados, onde cada um funciona com seus próprios protocolos e controles isolados. Essa falta de integração gera ineficiência operacional, eleva custos e, crucialmente, cria obstáculos significativos para uma visão unificada e clara dos dados.

As consequências dessa fragmentação são palpáveis. Como revela o estudo, 45% das empresas latino-americanas relataram violações de segurança ou falhas em auditorias relacionadas a dados em nuvem. Este dado evidencia, de forma contundente, que a abordagem de sistemas isolados é insustentável para garantir a proteção de dados no cenário atual.

É justamente nesse contexto que a plataformização da segurança mostra seu valor. Ao centralizar políticas e processos em um ecossistema integrado, as organizações ganham maior controle sobre seus dados, aplicam regras de forma consistente e minimizam riscos de falhas causadas pela dispersão de sistemas. Mais do que uma tendência, essa abordagem é uma resposta necessária à demanda por escalabilidade e eficiência em ambientes complexos.

A fragmentação de ferramentas também eleva custos operacionais. Manter múltiplos sistemas exige licenças extras, integrações custosas e esforço contínuo de gerenciamento, desviando investimentos que poderiam impulsionar inovação. A plataformização, por automatizar processos repetitivos e simplificar a governança, oferece um caminho para reduzir esses gastos e otimizar recursos.

Escalabilidade, visibilidade e estratégia corporativa

Centralizar as operações vai além das vantagens econômicas, oferecendo ganhos importantes para a estratégia da empresa. A capacidade de monitorar instantaneamente o acesso aos dados, identificando o usuário, o momento e a forma, aprimora o gerenciamento de perigos e simplifica o cumprimento das normas. Para setores como saúde, finanças e telecomunicações, altamente regulamentados, essa visão completa não é apenas útil: é fundamental. Ela é a base para evitar multas severas e, mais importante, para proteger a confiança de clientes e parceiros.

Outro ponto crítico é a escalabilidade. À medida que as empresas progridem e a quantidade de dados se eleva, a fragmentação passa a ser um entrave. Sem integração, às políticas de segurança precisam ser reproduzidas de forma manual em múltiplos sistemas, ocasionando demoras e elevando a probabilidade de falhas humanas. A plataformização resolve esse problema. Ela permite que o negócio expanda sem comprometer a proteção das informações, garantindo que a segurança evolua junto com a organização.

Dessa forma, a proteção de dados deixa de ser uma tarefa exclusiva de TI e se torna um pilar estratégico para o negócio. Empresas que adotam uma visão unificada estão mais bem preparadas para mitigar riscos, reduzir custos e reagir com agilidade. A plataformização não resolve todos os desafios, mas oferece um caminho viável para equilibrar segurança, eficiência e crescimento.

No fim das contas, a adoção da plataformização da segurança de dados é mais do que uma medida técnica: é uma decisão estratégica que impacta diretamente a competitividade e a sustentabilidade das organizações. Garantir que os dados estejam protegidos de forma consistente, visível e eficiente é fundamental não só para prevenir incidentes, mas para fazer da segurança um motor de inovação e expansão.

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