Por Tatyane Luncah, fundadora e CEO da Ebem.
O ambiente de negócios nunca foi tão dinâmico. Tecnologia, globalização e mudanças no comportamento do consumidor remodelam o mercado a cada instante. Diante disso, liderar um negócio deixou de ser apenas sobre gestão e conhecimento técnico; tornou-se um exercício de visão, resiliência e, sobretudo, estratégia.
No Brasil, as mulheres já estão à frente de 34% dos empreendimentos ativos, segundo dados recentes do Sebrae. O número é expressivo, mas revela também um contraste: nem todas conseguem transformar esse protagonismo em posições sólidas de liderança e competitividade. O que separa quem sobrevive de quem se destaca? A resposta passa por cinco competências que, mais do que diferenciais, se tornaram vitais.
A primeira é a visão estratégica. Não se trata apenas de entender o presente, mas de antecipar tendências, construir metas de longo prazo e se posicionar em um mercado cada vez mais saturado. Quem não olha para frente corre o risco de se tornar irrelevante.
A segunda é a adaptabilidade. Empresas que resistem a mudar simplesmente desaparecem. Num mundo em que uma atualização tecnológica ou uma mudança no comportamento do consumidor pode virar setores de cabeça para baixo, flexibilidade é questão de sobrevivência.
Em terceiro lugar, está o uso inteligente da tecnologia. Não é exagero dizer que a digitalização deixou de ser escolha para se tornar condição. A McKinsey já mostrou: companhias que adotam soluções digitais têm 42% mais chances de expandir seu faturamento. O recado é claro — inovar é imperativo.
Mas não basta dominar processos e ferramentas. A inteligência emocional se tornou um ativo essencial para liderar em meio ao caos. Saber lidar com pressões, motivar equipes e manter a clareza em momentos críticos pode definir o rumo de uma organização.
Por fim, a construção de redes de conexões genuínas. Não se trata de “networking” vazio, mas de “netweaving”: criar relações de confiança que abrem portas, fortalecem reputações e geram oportunidades. No mundo dos negócios, ninguém avança sozinho.
Essas cinco competências formam hoje o verdadeiro passaporte para a competitividade feminina na nova economia. Mais do que estatísticas ou discursos de empoderamento, o que sustenta a presença das mulheres no comando de empresas é a soma de estratégia, inovação e relações sólidas.
Se queremos, de fato, um mercado mais diverso e inovador, é hora de valorizar e fomentar essas habilidades. Afinal, não há transformação econômica possível sem o protagonismo feminino.