Por Bruno Maniglia, executivo de contas da delaware Brasil.
A cada ano que passa, o agronegócio consolida a sua ativa participação na economia brasileira.
De acordo com o levantamento anual da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), só em 2024, o segmento representou 23,2% do PIB nacional, movimentando um valor total de R$ 2,72 trilhões.
Mediante um cenário promissor, para que o setor potencialize ainda mais o seu desempenho, é crucial investir na gestão integrada. A nova safra de líderes será decidida pela inteligência dos dados e pela capacidade de integrar ponta a ponta as operações do campo à sede corporativa.
Quando falamos sobre o uso da tecnologia no agro, não estamos abordando uma novidade. Afinal, há muitos anos, o segmento vem investindo em tais recursos, a fim de apoiar as operações no dia a dia.
Embora haja uma crescente conscientização da importância de modernizar as operações, ainda assim, essa não é uma realidade para todos.
Muitos produtores já sabem disso, mas permanecem parados, esperando o “momento certo” para agir. Esse adiamento custa caro: margens comprimidas, previsões erradas, desperdício e dificuldade para reagir a crises ou oportunidades. Quem dirige olhando apenas pelo retrovisor não chega mais longe.
Essa realidade contribui para o principal desafio enfrentado: a quebra de paradigma. Assim como todo setor possui suas particularidades, no agronegócio não seria diferente. A vertical possui um modelo operacional baseado na simplicidade das operações.
Deste modo, para muitas companhias, a ideia de modernizar, digitalizar e, até mesmo, integrar áreas, soa como algo muito burocrático e vai contra o modelo cultural seguido.
Os impactos da falta de uma visão unificada causam mais danos do que o processo de migração. Isso é, a ausência de dados de forma consolidada atrapalha diretamente as previsões, desde alterações climáticas até projeções de safra.
Fazendo uma analogia, sem essas informações, é como se o produtor dirigisse um trator pelo retrovisor, conseguindo ver apenas o que ficou para trás, sem prever o que vem pela frente.
É importante destacar que, diferentemente do passado, as ferramentas de gestão não atuam mais apenas como o “nervo central” da gestão financeira, controle de estoque e demais atividades que envolviam apenas a área administrativa.
Hoje, soluções como SAP S/4HANA vão muito além do financeiro e do estoque. Elas permitem rastreabilidade total da produção, controle em tempo real dos talhões, otimização logística, automação fiscal alinhada a órgãos regulatórios e preparação para desafios como a Reforma Tributária de 2026 e novas exigências globais de compliance.
E o futuro já começa a bater à porta com a Inteligência Artificial, que aplicada ao agro, consegue prever produtividade, otimizar crédito rural, analisar risco climático, automatizar liberações fiscais e até gerar insights para decisões de investimento. Mas tudo isso só é possível com dados integrados e confiáveis.
São diversos ganhos que esse modelo operacional pode trazer, no entanto, de nada adianta adquirir recursos altamente eficientes, sem que haja a orientação correta de como utilizá-los e extrair, ao máximo, suas funcionalidades.
Nesse sentido, contar com o apoio de uma consultoria especializada é uma excelente estratégia. Isso porque a equipe, ao conhecer a linguagem do agro, junto com toda sua expertise, será capaz de entender as particularidades do negócio e, assim, direcionar a atuação em prol de suprir demandas e guiar a empresa para uma gestão eficiente e ágil.
Diante da atual volatilidade do mercado, aqueles que não tiverem recursos para tomarem decisões rápidas irão sofrer duras consequências nos negócios.
Em se tratando do agronegócio, o setor precisa atender diversas exigências regulatórias, acompanhar os impactos das mudanças climáticas, além de se preparar para a transição da Reforma Tributária que já entra em vigor em 2026.
É notável que o uso da tecnologia no agro é um caminho sem volta, e que tem trazido importantes ganhos nas operações no campo. No entanto, é preciso ir além, e trazer essas vantagens também na gestão corporativa.
Afinal, para se manter na frente, é preciso se preparar para o que reserva o futuro. Se a sua empresa quer deixar de olhar pelo retrovisor e passar a prever o futuro com dados confiáveis e inteligência em tempo real, o momento de agir é agora.