Nos últimos anos, a indústria tem passado por uma revolução.
A transição para um modelo de negócio mais sustentável e eco-friendly se tornou uma exigência do mercado e uma oportunidade de inovação em um setor tradicionalmente visto como consumidor de recursos naturais.
Assim, uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 85% das indústrias brasileiras já desenvolvem algum tipo de prática de economia circular.
Isso demonstra que o conceito, que envolve a redução de resíduos e a reutilização de materiais, está cada vez mais presente na estratégia das empresas.
Para Thiago Leon Marti, head de branding, design e comunicação da Printi, gráfica que faz parte do Grupo Cimpress, essa mudança da indústria tradicional para uma sustentável, especialmente no mercado gráfico, apresenta desafios diversos.
“Os altos investimentos iniciais, a necessidade de qualificação de mão de obra para novas tecnologias e a complexidade de implementar a economia circular podem fazer com que muitas empresas ainda sejam resistentes às transformações”.
No entanto, os próprios clientes estão mais exigentes e buscando fazer acordos apenas com quem está alinhado aos valores.
“Tanto o mercado, quanto os consumidores, estão ganhando mais consciência à respeito de práticas ESG, por exemplo. Portanto, é preciso se adequar a esse novo modelo de negócio, que hoje é possível graças à tecnologia. Sendo assim, ao adotar e promover processos mais sustentáveis, a empresa pode ganhar destaque em seu segmento, trazendo mais chances de crescimento”.
A transição pode levar a diversas oportunidades, que incluem a melhoria da competitividade, acesso a novos mercados, economia de custos por meio da eficiência energética e redução de desperdícios, geração de empregos qualificados no setor de energias renováveis e o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e mais valorizados pelos consumidores conscientes.
Por sua vez, a busca por sustentabilidade incentiva o desenvolvimento de novos materiais, processos e produtos mais eficientes, duráveis e com menor impacto ambiental, como materiais biodegradáveis.
Além disso, contempla o uso de energia renovável, tratamento de efluentes, gestão de resíduos, da malha logística e assim por diante, movimentando toda a cadeia produtiva.
Por mais tradicional que seja a indústria, é essencial se transformar para não deixar que o setor gráfico fique obsoleto e engessado.
“Empresas que adotam práticas sustentáveis podem se diferenciar no mercado, atrair mais consumidores e acessar novos nichos e mercados. Além disso, a inteligência artificial chega como uma grande aliada para otimizar e monitorar o consumo de energia e recursos, levando a uma redução dos custos operacionais”, finaliza.