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5 lições estratégicas para o varejo contra o apagão cibernético no fim do ano

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Anderson Ozawa, CEO da AOzawa Consultoria.

Nesta semana, o apagão cibernético na Amazon Web Services (AWS) mostrou o quanto o varejo moderno é brilhantemente digital e perigosamente dependente.

Marketplaces, bancos digitais, apps de saúde, programas de benefícios e até companhias aéreas foram impactados quando a AWS sofreu uma falha crítica em sua principal região, na Virgínia (EUA).

Segundo o Downdetector, mais de 2 mil empresas registraram interrupções simultâneas. O impacto global atingiu milhões de usuários.

O consumidor, claro, não entende e, nem precisa entender. Ele só vê a tela travada, o carrinho que não fecha e o aplicativo que não abre. E, nesse momento, a reputação que o varejista levou anos para construir pode se perder em minutos.

Mas é preciso entender que o verdadeiro risco não está na falha, porém, na ausência de um plano, porque o problema não é o apagão em si.

É a falta de contingência, de visão sistêmica, de governança digital. Muitas empresas ainda tratam infraestrutura de TI como despesa, não como estratégia.

A diferença entre perder um dia e perder o negócio é simples: quem antecipa o caos e age com prevenção, lucra com ele (ou pelo menos não perde). Estamos próximos da Black Friday e do Natal e gostaria de deixar algumas dicas bem simples para os varejistas que queiram faturar com as duas datas.

1. Planeje para a falha, não para o funcionamento

Ter nuvem não basta, é preciso resiliência arquitetônica, redundância, simulações de desastre e planos de continuidade.

2. Evite opções únicas

Se toda a operação depende de um provedor ou região, existe vulnerabilidade. Avaliar opções como multi-cloud, redundância e diversificação, são ações preventivas.

3. Comunicação é essencial

Se houver uma falha, informe rapidamente seus clientes, com muita clareza, empatia e ações futuras. Ser transparente é mais importante do que garantir o uptime.

4. Monitore e reaja com rapidez

As estatísticas indicam uma demora em mais de 30 minutos para detectar falhas, podem perder até 70% do valor de recuperação para as empresas.

5. Adote um trabalho contínuo

Ações como treinamentos, integração de áreas de negócio com TI e definição de calendários de backups operacionais ajudam na cultura e entendimento que transformação digital sem plano B é uma ilusão que custa caro.

Grande parte do varejo vive a ilusão de que tecnologia é garantia de crescimento, mas esquece que se não houver resiliência, é um crescimento baseado na crença de uma sorte inconstante.

Vivemos um cenário onde cada minuto de estabilidade digital é capital de confiança acumulado. E confiança tornou-se o ativo mais caro desta era digital.

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