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Soluções para questões trabalhistas em condomínios: como otimizar recursos e engajar colaboradores

Foto: divulgação
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Por Ricardo Chalfin, CEO e fundador da Wind Capital.

A gestão de pessoas nos condomínios é uma das áreas mais desafiadoras, que envolve custos e riscos relevantes, mas, que podem ser uma excelente oportunidade de elevar eficiência, engajamento e valor patrimonial. No Brasil, segundo levantamento da Secovi‑Rio junto com a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), a média de funcionários em condomínios residenciais gira em torno de 4 colaboradores por empreendimento e em comerciais cerca de 7 e a folha de pagamento figura como uma das maiores despesas no orçamento condominial. 

Além das normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), os condomínios possuem outras obrigações legais, como e‑Social, que exige registro, envio de informações de vínculos, folha de pagamento, ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) e outras obrigações para empregadores que impõem aos condomínios processos sólidos de admissão, registro e controle de jornada. 

Diante disso, três eixos estratégicos se destacam para otimizar recursos e engajar colaboradores: gestão inteligente de pessoas, tecnologia e automação de processos e cultura de valorização e retenção. Primeiro, a gestão inteligente de pessoas passa por dimensionar corretamente o quadro, definir perfis, treinar equipes e alinhar atribuições ao porte e perfil do condomínio. Quando há contratações erradas ou funções mal definidas persistem como fontes de desperdício e insatisfação, sendo que um quadro enxuto e bem treinado tende a operar melhor e com menores conflitos.

Segundo, a tecnologia e automação de processos trabalhistas são cada vez mais determinantes. Existem ferramentas digitais de admissão, controle de jornada, escalas e acompanhamento de desempenho que permitem que a administração condominial foque menos em tarefas burocráticas e mais em gestão estratégica. Ao automatizar registros, monitorar turnover e antecipar necessidades de escala (como férias, folgas, plantões) é possível reduzir custos com substituições emergenciais e evitam-se lacunas no serviço.

Terceiro, e talvez o mais decisivo, é construir uma cultura de valorização do colaborador, algo bem desafiador para a maioria das empresas. Em condomínios bem geridos, o funcionário percebe que seu trabalho tem impacto direto na qualidade de vida dos moradores e isso abre caminho para engajamento, menor rotatividade e melhor atendimento.

Quando há  programas de reconhecimento, capacitação contínua e atribuição de metas claras, como por exemplo, índice de satisfação de moradores ou velocidade de atendimento de chamados, as equipes são  um diferencial competitivo. Além disso, a inovação emerge como aliada desse processo. Atualmente, as fintechs de gestão condominial e de pessoal oferecem plataformas que integram desde o cadastro até a avaliação de desempenho, gerando dados que orientam decisões, que ajudam a identificar quais funções têm maior impacto no custo total ou onde o atendimento dos serviços comuns gera mais solicitações e retrabalho. 

Essa visão orientada por dados permite que síndicos e administradoras transformem o custo trabalhista em ativo estratégico. Basicamente, resolver as questões trabalhistas em condomínios não se resume a cumprir obrigações legais é sobre reconhecer que cada colaborador é parte da experiência condominial e que recursos bem aplicados geram menos desperdício e mais valor. 

Portanto, ao adotar uma gestão de pessoas inteligente, alavancar tecnologia para automação e cultivar uma cultura de alto desempenho, os condomínios passam de estruturas reativas a organizações de serviços eficientes. O resultado: custos controlados, colaboradores motivados e moradores satisfeitos, sendo o verdadeiro tripé da sustentabilidade financeira e operacional do condomínio.

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