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Adoção de robótica é chave para vantagem competitiva na indústria

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Luiz Paulo, gerente de automação do SiDi.

A robótica industrial deu um salto marcante na atual década. Graças aos recentes avanços em tecnologias digitais, sensoriamento e Inteligência Artificial (IA), a automação está cada vez mais presente na indústria e, consequentemente, os processos produtivos estão alcançando novos patamares de eficiência, flexibilidade, agilidade e qualidade.

Considerada a nova fronteira da automação industrial, a robótica aliada a Inteligência Artificial está alterando o patamar competitivo das fábricas, produzindo produtos sob demanda e com alto índice de padronização.

Na década de 50, George Devol e Joseph Engelberger criaram o primeiro robô industrial, chamado de Unimate. A inovação, claro, ganhou muito destaque e, em 1961, foi instalada pela primeira vez em uma fábrica da General Motors.

A partir de então, iniciou-se a discussão sobre como a robótica auxiliaria os processos produtivos e qual o limite da capacidade dela, também chamada de automação industrial.

Após muitos avanços e 64 anos depois, estamos presenciando a sua adoção em larga escala, com milhares de sistemas robóticos espalhados por fábricas em todo mundo, integrando redes inteligentes, robôs colaborativos e trabalhadores humanos.

Ao final de 2024, a World Robotics registrou 4.281.585 unidades de robôs em operação em fábricas de todo o mundo.

Segundo estudo da Statista Market Insights, plataforma global de dados e inteligência de negócios, a receita do mercado de robótica industrial deve atingir US$ 372,80 milhões até 2028.

A China já planeja liderar essa corrida, com a meta de atender 50% da demanda global até o final deste ano, de acordo com relatório recente divulgado pela Leaderobot, empresa de tecnologia chinesa.

Os ótimos números apenas reforçam que a indústria já entendeu que a automação não apenas acelera o ritmo de produção, mas também fornece inteligência e padronização aos processos, reduz variações e minimiza desperdícios, ou seja, eleva a qualidade da entrega, o que faz com que o mercado viva um novo momento.

Antes de implementar um projeto de robótica, é natural que surja a pergunta sobre o ROI. A redução de custos com trabalho humano parece o fator mais óbvio para esse cálculo, mas a verdade é que a automação está associada também à qualidade, e esse é o seu pilar fundamental.

A insatisfação de um cliente ao receber um produto com defeito ou um alimento danificado, por exemplo, pode significar a perda de consumidores.

Com a difusão da robótica no mercado, há um salto de qualidade, ao ponto de chegarmos em um processo produtivo que não registrará defeitos no produto final. Esse é o fator correto para o cálculo do ROI, e a indústria parece ter entendido esse raciocínio que representa um ganho para eles e para o cliente.

O mercado está agressivo: o consumidor compra um produto e quer receber rápido e se sentir satisfeito.

O ganho de velocidade produtiva e a garantia de qualidade colocam a automação como a solução que imaginava-se em 1960, alcançando a evolução prevista por aqueles que sempre buscaram progresso e valor para o mercado.

Isso se comprova ao vermos que não é somente o setor produtivo das empresas que têm se beneficiado dessas tecnologias.

A robótica vem crescendo em áreas que dão suporte ao sistema produtivo, como galpões logísticos, departamentos de qualidade e de manutenção de equipamentos de produção.

Outro ponto que justifica a propagação da automação são os ganhos diretos na produção. A robótica redefine o ambiente de trabalho e a própria gestão da operação. Tarefas perigosas, repetitivas ou que exigem esforço ergonômico excessivo são transferidas para os robôs, preservando a saúde e a segurança dos colaboradores.

Isso libera a força de trabalho humana para atuar em funções mais estratégicas, como a supervisão dos sistemas automatizados e o aprimoramento contínuo dos processos, não é uma substituição, mas uma integração inteligente.

Essa colaboração entre humanos e robôs, aliada à capacidade dos equipamentos de coletar dados precisos em tempo real, cria um ciclo virtuoso de otimização, permitindo manutenções preditivas e ajustes finos na produção que antes eram impossíveis de se alcançar.

Os robôs já não são meros executores de tarefas repetitivas: eles já são capazes de aprender o trabalho para guiar operações e tomadas de decisões. A indústria já compreendeu o valor de tal tecnologia e não há mais retorno.

O crescimento será cada vez maior, afinal ainda há muita oportunidade de expansão da robótica, especialmente no Brasil.

A fábrica que não aderir, terá desvantagem competitiva. Já as que estiverem abertas à inovação e utilização das tecnologias, verão o ROI desse investimento ser cada vez mais curto e principalmente, ter uma alta satisfação dos seus clientes perante a alta qualidade e padronização.

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