Por Daniela Helena Sanzone, sócia-diretora da Joia Experiências que Transformam.
A COP30 coloca o Brasil no centro do debate global sobre sustentabilidade. Para as marcas, o evento representa mais do que uma oportunidade de visibilidade, é um convite à coerência.
Em um tempo em que há excesso de discursos e escassez de práticas, destacam-se as empresas que conseguem transformar propósito em ação e narrativa em experiência.
Mais do que um encontro diplomático, a COP30 é uma vitrine mundial e uma chance para que o mercado reveja a forma como comunica e age.
É o momento de mostrar que as ações corporativas não são estratégias de ocasião, mas reflexos de uma cultura verdadeiramente comprometida com impacto positivo.
E, mesmo que sua marca não esteja em Belém, o evento cria um contexto fértil para promover iniciativas alinhadas a essa pauta global.
Há espaço para todos os portes de empresa, desde que a ação seja autêntica, relevante e coerente com a essência da marca.
O público já não tolera o greenwashing travestido de propósito. O consumidor contemporâneo distingue, com facilidade, quem apenas fala sobre ESG e quem faz disso uma prática concreta.
Por isso, mais do que campanhas com mensagens sustentáveis, é hora de criar vivências que deixem marcas nas pessoas.
É nesse ponto que o live marketing assume protagonismo. As experiências presenciais, quando genuínas, têm o poder de transformar valores em gestos e mensagens em conexões reais.
Conectar-se pela emoção é uma das formas mais eficazes de inspirar comportamento. E é isso que o público busca hoje: marcas que inspiram, não apenas que se expõem.
Traduzir propósito em ação é um exercício constante. Pode significar repensar brindes e materiais, eventos com logística consciente, ativações que estimulem o consumo responsável ou ações culturais que traduzam valores ambientais de forma criativa.
O essencial é que cada gesto tenha sentido dentro da história e da voz da marca.
Um bom exemplo vem do trabalho desenvolvido pela Joia para a eureciclo, referência em logística reversa e economia circular.
A partir desse projeto, a agência consolidou um modelo de ativações sustentáveis que hoje inspira outras marcas atendidas pela empresa, por meio de experiências que unem sustentabilidade e propósito.
Entre as propostas, estão, além de pequenos brindes com apelo ecológico, estandes modulares feitos com materiais reciclados, games educativos que transformam o tema da reciclagem em interação lúdica e ações simbólicas, como a “Retorna Machine”, que recompensa atitudes sustentáveis.
São iniciativas que demonstram como é possível comunicar responsabilidade ambiental de forma leve, criativa e, sobretudo, coerente com o discurso das marcas.
A COP30 é uma oportunidade de ouro para mostrar, na prática, que sustentabilidade é um valor inegociável.
Estamos entrando na era do engajamento responsável, e as empresas que compreenderem isso antes das demais conquistarão não apenas visibilidade, mas algo muito mais duradouro: reputação e lealdade.