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Hubs empresariais e think tanks moldam o futuro do Brasil

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Marcos Koenigkan, presidente do Grupo Marcos Koenigkan e CEO do Grupo Mercado&Opinião.

Em um país continental como o Brasil, o poder sempre esteve concentrado sob os mesmos CEPs.

Hoje porém, a influência nasce de redes que cruzam fronteiras regionais e unem empresários, investidores e pensadores em torno de um mesmo propósito, que é conectar a força local a uma visão nacional.

Essa é a lógica dos novos hubs empresariais, espaços onde o diálogo entre diferentes realidades cria inteligência coletiva e o impacto nasce da troca, não da hierarquia.

Essas redes surgem de encontros com conteúdo e objetivos comuns. São conversas que misturam estratégia e intuição, mercado e meta, análise e ação.

O Mercado & Opinião, grupo que tenho a honra de liderar como fundador, é um exemplo desse novo tempo.

Formado por mais de 900 empresários, CEO´s e presidentes de diversos setores, conecta lideranças de mais de 15 estados em torno de uma agenda: pensar o Brasil com colaboração e profundidade.

Criado em 2019, consolidou-se como um think tank empresarial, formando um ambiente de ideias, conexões e negócios, onde 35% do PIB brasileiro está representado por seus participantes.

Em encontros mensais, promovemos discussões francas sobre economia, inovação, governança e responsabilidade social. São mesas sem filtros, onde a experiência de quem faz o país acontecer vale mais que o discurso de quem o observa de longe.

Nesses momentos, o Brasil deixa de ser um arquipélago de interesses para se tornar um sistema interligado de ideias. Posso citar cidades como Brasília, Goiânia, Ribeirão Preto e Florianópolis para ilustrar esse movimento.

A capital política, tradicionalmente associada à esfera institucional, vem se reconectando ao pensamento inovador, impulsionada por empresas e lideranças que discutem políticas de impacto e sustentabilidade.

Goiânia consolida-se como um polo de um novo empresariado regional, capaz de unir agronegócio, tecnologia e cultura empreendedora. Ribeirão Preto mostra que o interior paulista pensa como metrópole, mas com um capital humano próprio e vigoroso.

Já Florianópolis, reconhecida como a capital das startups, ultrapassou 1.200 empresas de base tecnológica, segundo a ACATE, tornando-se símbolo da convergência entre qualidade de vida, inovação e capital criativo.

Essas cidades representam mais do que polos econômicos: são expressões de uma inteligência distribuída.

Em vez de esperar por diretrizes vindas de cima, as lideranças regionais constroem seus próprios modelos de influência por meio de redes empresariais, conselhos e troca de opiniões de gente que compartilha um mesmo valor: reputação e conhecimento são moedas mais valiosas que o poder formal.

O futuro do Brasil será moldado por quem souber articular e não apenas comandar. Por quem compreender que no século XXI, o poder não se exerce de um púlpito, mas de uma mesa compartilhada, onde ideias se cruzam, se contradizem e se transformam em ação. O país em rede é uma realidade que só aumenta.

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