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A urgência da sustentabilidade em eventos e entretenimento

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Luan Teixeira, fundador e CEO da Agência Cuco.

Nos últimos anos, a sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma premissa global. O setor de eventos e entretenimento, que movimenta multidões e gera impactos ambientais significativos, está no centro dessa transformação.

Para marcas, produtores e criativos, adotar práticas sustentáveis já não é mais uma opção, é responsabilidade diante das novas demandas sociais, econômicas e principalmente ambientais.

O impacto é inegável: festivais, shows e conferências movimentam bilhões de dólares por ano, mas também estão entre os principais produtores de lixo e desperdício.

Do copo descartável esquecido no chão às estruturas grandiosas que raramente são reaproveitadas, cada detalhe sem consciência ecológica amplia a pegada ambiental do setor.

Soma-se a isso o consumo excessivo de energia e as altas emissões de carbono, e temos um modelo que celebra experiências inesquecíveis para o público, mas deixa cicatrizes profundas no planeta.

O público também mudou, consumidores, artistas e patrocinadores passaram a exigir experiências alinhadas a valores de responsabilidade social e ambiental.

Estudos recentes mostram que a maioria da Geração Z prefere comprar de marcas sustentáveis e se for preciso, até pagam a mais por isso. Para os eventos, isso significa não apenas reduzir danos, mas ganhar relevância cultural e fortalecer a reputação no mercado.

A sustentabilidade não pode ficar só no discurso, precisa estar presente na prática e no dia a dia das entregas. Desde cedo, projetos de marcas precisam incorporar ações como a regeneração de resíduos e o reaproveitamento de materiais.

Hoje, esse movimento se traduz em soluções que vão de cenografias modulares a ativações digitais que substituem impressos.

A escolha por fornecedores locais se mostra estratégica, fortalecendo a economia da região e reduzindo a pegada de transporte em cada evento.

Projetos como o Regen House, em parceria com a HowGood, já mostram como unir marcas e iniciativas de impacto positivo em grandes encontros internacionais, como a COP30 em Belém.

Em outras ativações com empresas como Amazon e Kellanova, práticas como logísticas reversa, cenografia reaproveitável e soluções criativas vem sendo incorporadas como forma de conciliar custo e sustentabilidade, entregas que não apenas reduzem despesas, mas também fortalecem um engajamento mais genuíno com o público.

Essa transição não significa perder impacto visual ou experiência. Pelo contrário, a criatividade encontra nos limites sustentáveis um campo fértil para inovação.

Já vemos palcos e ativações feitos de materiais reciclados, experiências imersivas alimentadas por energia limpa e narrativas que envolvem o público de forma mais consciente.

A urgência da sustentabilidade em eventos é um chamado coletivo. Empresas, artistas, produtores e consumidores fazem parte dessa engrenagem.

Ao adotar práticas mais responsáveis, o setor não apenas reduz impactos ambientais, mas assume protagonismo na construção de um futuro em que celebrar e preservar caminham juntos.

Os eventos devem ser vistos como verdadeiras plataformas culturais capazes de unir propósito, inovação e impacto.

A transformação real acontece quando o espetáculo se conecta com o que importa fora do palco, e é nessa interseção que surgem experiencias que deixam as marcas para além da memória do público.

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